Mamoas
Uma Mamoa (ou Mamua ou tumulus) é
um monumento funerário constituído por um montículo artificial de
terra, revestido por uma couraça de pequenas pedras imbricadas, que
cobre a câmara dolménica. As Mamoas apresentam, geralmente, uma
forma oval ou circular. Eram edificadas com pedra e areia e tinham
a finalidade de proteger o Dólmen, cobrindo-o completamente. A sua
estrutura podia atingir os 40 metros e tapava completamente a
câmara e o corredor, quando este existia. As couraças de
revestimento das Mamoas, que possivelmente ainda seriam visíveis na
altura da construção, acabariam por ficar mais ou menos revestidas
por vegetação algum tempo depois. Estas elevações correspondem a
uma cultura muito antiga, com cerca de 5000 anos, espalhada por
toda a Europa e parte da Ásia, a que se chama Cultura Megalítica
(de Mega = grande e Lithos = pedra) devido às grandes pedras que
constituem o Dólmen. Alguns autores associam esta elevação a uma
"gravidez" da terra, logo a um culto à Mãe Terra.
O nome Mamoa tem origem romana
aquando da sua chegada à Península Ibérica, que deram o nome de
"mammulas" a estes monumentos, pela sua semelhança com o seio de
uma mulher.
Se fossem apenas feitas com terra,
as Mamoas teriam sido facilmente desfeitas pela erosão expondo, por
sua vez, os túmulos aos agentes destruidores. Por essa razão a
terra é escorada com pedras formando uma couraça protectora à
superfície e uma espécie de suporte de contenção que rodeia a Mamoa
na periferia. A técnica de construção das Mamoas demonstra
geralmente uma hábil solução arquitectónica feita para durar, sem
usar argamassa.
Em Portugal as Mamoas estão
normalmente dispostas em grupos, ocupando zonas planas, normalmente
planálticas, em regra "pobres" para a agricultura e à margem de
caminhos actuais ou antigos.
Mamoas do Fulom (Mamoas do
Fulão)
As Mamoas do Fulom estão
localizadas na freguesia de S. Simão da Junqueira. São dois
túmulos, descobertos por Francisco Martins Sarmento no final do
séc. XIX, bastante destruídos no séc. XX, mas que preservam a
essência do monumento que é a elevação exterior. A destruição dos
Dólmenes provocou a perda de informação sobre os períodos em que os
túmulos foram utilizados. Todavia, sabemos por outros exemplos que
terão sido usados em diversas épocas, ao longo de mais de 2000
anos. No seu interior os mortos eram sepultados com materiais
destinados a garantir um mínimo de continuidade do seu estatuto
numa vida para além da morte. Os corpos encontrados (em regiões de
solos alcalinos) aparecem muitas vezes em posição fetal, o que
reforça a ideia de um culto à Mãe Terra. O Dólmen seria o útero de
pedra onde o morto encontraria o repouso do retorno à sua mãe
grávida.
Chegar ao local, para quem não
conhece, não é fácil dada a inexistência de sinalização. Mas,
chegando ao local, depara-se com esta beleza.... O local está quase
esquecido e, pelo aspecto, a precisar de alguma limpeza.
O local é bonito, agradável e com
alguns trilhos que permitem uma boa caminhada...
O problema é que alguém se lembrou
de construir uma auto-estrada mesmo ao lado... a cerca de dois
metros da primeira Mamoa e pouco faltou para não cortarem o túmulo
a meio!... É a evolução dos tempos...
Referência: Wikipedia, Junta de Freguesia de Junqueira, Blog
"Vila do Conde Quasi Diário".