

Uma das mais importantes lapas, ou grutas naturais, da serra da Arrabida, quer do ponto de vista espeleológico como arqueológico. Trata-se de uma gruta a 217 m de altitude, nos calcários do Jurássico da costa alcantilada entre Sesimbra e o Cabo Espichel. Desenvolve-se ao longo de um eixo com a orientação SE-NW, com cerca de 70 m de comprimento, sendo a sua largura e altura máxima, respectivamente 12 m e 7 m. Apresenta várias formações estalagmíticas e estalactíticas, que pelos pedaços partidos, encontrados no chão ou pelas formações vandalizadas, se pode observar aneis mais antigos completamente hialinos. Possui ainda algumas bandeiras e outro tipo de formações. Neste momento, a gruta encontra-se fechada.
A gruta começou a ser explorada metodicamente em 1957. Foram encontrados esqueletos acompanhados por diversos materiais: ídolos-placas em ardósia, lâminas de sílex, utensíliosde pedra polida, osso, cobre e bronze e ainda cerca de 2 000 fragmentos de cerâmica, desde a cerâmica não decorada de tipo grosseiro a vestígios de cerâmica medieval. Destaca-se a cerâmica com ornatos a cores, decorada pelo processo do brunido, muito original pela exuberância e perfeição dos motivos decorativos, muito rara e aqui bem representada. Mais recentemente foram encontradas 80 moedas àrabes, que demonstrou imediatamente a sua longa ocupação, por diferentes povos. Efectivamente trata-se de uma Necrópole do Neo-Eneolítico e do Eneolítico, que também foi frequentada sistemáticamente no Broze Pleno, na Proto-História e em diversas épocas Históricas. Isto é desde o V milénio aC até ao séc. XII dC.


Esta cache e a lapa do Fumo encontram-se no percurso pedestre da Azoia. A distância total do percurso é cerca de 4km, o grau de dificuldade é médio/alto devido ao desnível pronunciado, especialmente no acesso à praia. A lapa do Fumo fica perto do ponto 2 no mapa ao lado.