PRINCESA DO TUA
Mirandela é um dos 12
concelhos do distrito de Bragança, a norte do rio Douro, fazendo
fronteiras com os concelhos de Vila Flor para sul e nascente, de
Carrazeda de Ansiães para Sul e Sudoeste, Murça e Valpaços para
Oeste, Vinhais para Norte e Macedo de Cavaleiros para Norte e
Nordeste.
Desde os tempos mais
remotos da História que Mirandela foi local Sede dos Paços do
Concelho (Palácio dos Távaras) de atracção humana, de passagem de
almocreves, viajantes, negociantes e muitos outros tipos de pessoas
que se deslocavam para paragens diversificadas nos seus afazeres
profissionais.
As vias de comunicação
parecem ter ali feito passagem obrigatória desde tempos em que a
Roma Imperial mandava no Mundo Ocidental. A sua privilegiada
colocação num vale abrigado por várias montanhas, como a Serra dos
Passos, e por outras elevações como a Freixedinha, Vale de Madeiro,
Monte de S. Miguel, captava os interesses de muitos povos pelas
terras férteis que ladeavam as ribeiras e rios.
Mirandela fica situada
junto ao rio Tua, daí lhe chamarem a Princesa do Tua, pois o
curso de água dá lhe beleza e encanto que parece ser apanágio de
príncipes e princesas. Nasce precisamente após os Rios Tuela e
Rabaçal se unirem no lugar da Maravilha, transformando se no rio
Tua, afluente da margem direita do Douro.
A História de
Mirandela é feita no casamento permanente, eterno e fiel com o Rio
Tua e suas Ribeiras, das quais se destaca a de Carvalhais e de Vale
de Madeiro, sua afluente. Nascendo na margem esquerda, estende se
agora pelas duas margens do rio, envolvendo o, aconchegando o,
dando lhe mais mimos, mas também beleza e encanto, que, por sua
vez, ele retribui com a captação de turismo para a sua beira.
Está no coração da
Terra Quente Transmontana, a 55 quilómetros de Bragança, 65 de Vila
Real, 50 da vizinha Espanha e cerca de 45 do rio Douro. Para além
de ficar a 40 de Carrazeda de Ansiães, 35 de Alfândega da Fé, 50 de
Torre de Moncorvo e de Chaves, 26 da cidade de Valpaços, das Vilas
de Vila Flor e de Murça.
O nome de Mirandela
poderá ter derivado de Miranda, a que se acrescentou o diminutivo
Ela. "El Rei D. Dinis lhe mandou dar o nome de Villa de Mirandella,
diminutivo de Miranda", tudo indicando uma analogia, já que Miranda
do Douro está sobranceira ao Douro, como Mirandela, em certa
medida, ao Tua. É uma explicação que o padre Ernesto Sales recusa,
e aponta cinco povoações com este nome na Península Ibérica: duas
em Portugal que são a cidade de Mirandela e a aldeia de Mirandela
na freguesia de Bire, concelho de Paredes, e três de Espanha, uma
na Províncias de Corunha, outra em Lugo e outra na diocese de
Badajoz. Quanto à grafia da palavra "Mirandela" surge de diversas
formas: mirãdela, mirãdella, mirandela, mirandella, miramdela,
Merendela (nos livros de Chancelaria de D. João III), Myrandela
(nas Inquirições de d. Afonso III) e até Mirandelha (no livro 2 de
Direitos Reais). Mirandela tem as suas origens bem longínquas,
perdendo se no tempo, mas situando se em épocas pré históricas,
provavelmente contemporâneas dos primeiros homens na terra.
Economia
A economia do concelho
de Mirandela girou à volta da agricultura e da pecuária, com algum
comércio e um artesanato bastante intenso à mistura e à medida das
necessidades, durante grande parte dos séculos da sua existência,
como aliás quase todas as terras transmontanas. Hoje, no meio
rural, ainda é a agricultura a actividade básica da população, o
sustento e o lucro para muitos, mantendo ainda processos algo
tradicionais, embora se notem muitas mudanças na aplicação de
técnicas de cultivo e produção modernas, com sementes
seleccionadas, adubos, mecanização e estufas. Terra de muito
azeite, vinho, amêndoa, frutas diversas, batata, cereais,
hortaliças (as célebres tronchas são especiais), as suas produções
não são só para abastecimento local, mas também para outros pontos
do país.
Desporto
Terra de pessoas
ilustres que aqui nasceram, viveram ou têm passado; de campeões
desportivos em diversas modalidades; de novas apostas no Turismo
Cultural, rural, de desportos como a canoagem, Jet Ski, pesca
desportiva e animação do rio Tua, Mirandela é ponto obrigatório de
roteiro turístico e cultural e até económico nacional, que se
afirmou no coração da Terra Quente Transmontana, e que é conhecida
nos quatro cantos do mundo.
Artesanato e
Gastronomia
Mirandela tem grande
riqueza artesanal e ao nível da gastronomia. Exemplos disso são as
candeias e azeiteiras de latão, bem como outros objectos de
latoaria que ainda se fabricam em Torre de D. Chama e em Vale de
Salgueiro, e, mais raramente na cidade. Os Foles em Vale Maior e S.
Pedro Velho; artistas de ferraria em Vale Maior; artistas de Pedra
em Romeu; miniaturas e bonecos em Mirandela; colchas de linho e lã
no Romeu. Mantas de papa ou de trapos decorativos em Lamas de
Orelhão; rendas e bordados um pouco por todo o concelho, Cestas em
verga em Valongo das Meadas. A nível de gastronomia, é suficiente
falar no "embaixador" do concelho: as Alheiras de Mirandela tão
apreciadas em todo o país e no estrangeiro. Mas também há outro
género de enchidos, desde as farinheiras, as chouriças doces com
mel e amêndoa, as chouriças de carne, os salpicões. Os belos
presuntos bem curados deliciam quem os consome. Os económicos e
outros doces. Os folares da Páscoa.
In:
III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto
Durienses
A Cache
A Cache encontra-se
junto ao Tua num espaço dedicado ao azeite e é um recipiente de
tamanho Regular com os habituais objectos para troca.
O local é bastante
movimentado pelo que pedimos a máxima discrição.