No século XVI, existia uma Irmandade ou Confraria
referida como os Confrades de S. Gião do Algueirão, que
desconhecemos onde funcionava, há referências dispersas a
propriedades do Mosteiro de S. Domingos de Benfica em Fanares (1573
e ss.), Algueirão (1577) e Mem Martins (1595). Antes, em 1537,
parte das terras de Fanares estavam aforadas à Igreja de Santa
Maria de Sintra.
A Lista de Comarcas do Reino, de
1640, volta a apresentar o Algueirão como 'cabeça' ou 'capital' de
Vintena, tal como em 1527, o que demonstra a importância do lugar.
Tinha então um total de 60 vizinhos [fogo/habitações], assim
repartidos: Algueirão - 14, Fanares - 5, Rinchoa - 4, Melessas - 8,
Baratã- 4, Prosigais - 4 [Pexiligais], Sacotes - 5, Relhados - 5
[A-dos-Rolhados], Corios - 5 [na actualidade A-dos-Crivos].
Entretanto, a Vintena de Ranholas incluía Mem Martins - 15 e Casais
[de Mem Martins] com 6 vizinhos. Coutinho Afonso era da Vintena de
Cortegraça e tinha 5 vizinhos.
As Memórias Paroquiais de 1758
dão para os lugares que hoje formam a Freguesia, um total de 112
fogos e 314 pessoas [cabe aqui referir que na época eram
contabilizadas apenas as pessoas que figuravam nos registos da
paróquia. Por vezes, a população era mais numerosa dado que muita
gente, não fazia parte do rol de confessados e no caso concreto das
crianças, só figuravam nos registos após a Baptismo]: «Cazal de
Oureça, 6 pessoas; lugar de São Romão, 6 fogos, 15 pessoas; lugar
de Valdemilho, 2 fogos, 10 pessoas; Cazal da Cavaleira, 7 pessoas;
lugar de Sacotes, 10 fogos, 30 pessoas; lugar do Algueirão
[Algueirão Velho], 34 fogos, 102 pessoas; lugar de Fanares de
Sima, 3 fogos, 10 pessoas; lugares de Fanares de Baixo, 2 fogos, 10
pessoas».
Segundo o Prior António Seixas existia no lugar de Fanares de
Baixo, na quinta de João Ribeiro da Costa, uma Ermida de invocação
de N. Sra. do Cabo. Além dos lugares acima referidos, todos da
Freguesia de São Pedro, as Memórias Paroquiais, de 1758, referem
ainda como pertencentes à Freguesia de Santa Maria, os lugares de
«Maria Dias, 5 famílias, 6 pessoas; Coutim Affonso, 5 famílias,
26 pessoas; Rolhados, 2 famílias, 15 pessoas». Noutro capítulo
das Memórias Paroquiais, a Vintena do Algueirão surge com 22
lugares e entre eles alguns não referidos antes, por exemplo:
«Matta de Bacho, Telhal, Campos Velhos, Corigos, Fetares, Entre
Vinhas, Barroza, Bajouca e Musqueiro»
O grande sismo de 1755, apesar
de causar danos consideráveis nos edifícios habitacionais da
Freguesia, aparentemente não causou baixas entre a população local.
As Memórias Paroquiais respeitantes ao Concelho de Sintra e, em
particular, as de São Pedro ao qual estava sujeito grande parte do
termo da actual Freguesia de Algueirão - Mem Martins, são
praticamente omissas neste tipo de informação. Mas sabemos que, por
exemplo, no Algueirão, o próprio Marquês de Pombal acelerou a
reconstrução das ermidas e das propriedades para assistência
espiritual e material da população. Porém, a acção pombalina não se
restringiu apenas à tarefa de reedificar a cidade de Lisboa. A
reorganização da Administração Pública, do ensino e, sobretudo, dos
meios de população agrícola nas suas múltiplas vertentes são os
pilares de desenvolvimento de Portugal saído da 'quimera do ouro
brasileiro'.
A paisagem secular do Algueirão
altera-se.
A partir das suas propriedades
de Sintra e Oeiras, transformadas em pólos dinamizadores de uma
nova agricultura e pecuária, Sebastião de Carvalho e Melo impõe
novas culturas e tenta implementar novos métodos produtivos.
Deixa de haver 'espaço' para os
pequenos seareiros e para a agricultura de subsistência, as searas
de pão dominam em cultivo extensivo e intensivo. Temos notícias de
um desses arrendatários de terras e produtor cerealífero
setecentista; trata-se de um tal José Francisco que, entre 1770 e
1793, era arrendatário de grande parte dos terrenos de cultivo
cerealífero do Algueirão, de Mem Martins e Lourel. Neste contexto
de incremento da produção cerealífera, no termo e região envolvente
de Lisboa, a moagem tradicional também evolui. Os moinhos eólicos
proliferam então na paisagem da Freguesia de Algueirão - Mem
Martins e, a partir dos meados de século XVIII, começam
progressivamente a deixar de ter uma exploração directa ou por
conta própria para passarem a ser aforados ou dados em renda.
Realidade que favorece, paralelamente, a concentração de núcleos
moageiros, que englobam, por vezes, moinhos eólicos e azenhas na
posse de um único proprietário ou arrendatário e um número
crescente de trabalhadores assalariados.
A partir da segunda metade do
século XVIII, a região sintrense é ponto de chegada e fixação, a
ritmo cada vez mais acelerado, de populações oriundas de outras
partes do território. Tendência que, na actualidade, ainda se
mantém, o que proporciona uma característica única a esta Freguesia
que concilia, nem sempre de forma harmoniosa, o rural e o urbano.
Esta fixação populacional obedece a ciclos determinados e estudados
há muito, de fluxos e refluxos populacionais característicos das
grandes urbes como Lisboa, isto é, numa primeira fase, um
agri abastecedor da urbe; numa segunda fase, os solares e
quintas senhoriais, aprazíveis e de recato romântico, de traça
realenga ou de burguesia endinheirada, como segunda habitação ou
veranil; uma terceira fase, constituída por 'cidades satélites',
plenamente suburbanas. Os vários censos conhecidos nesse aspecto
são elucidativos: Censo Populacional de 1940: Pexiligais - 108
habitantes; Recoveiro - 54; Barrosa - 24; Coutim Afonso - 51;
Sacotes - 91; Algueirão - 570; Mem Martins - 675. No censo de 1970,
a freguesia tinha 17.377 habitantes. No censo de 1981, a freguesia
tinha 34.451 habitantes.
Não destruam o moinho e sempre que possam CITO.
Esperamos que se divirtam a fazer esta cache e que com sorte
consigam ver uns aviões ou helicopteros na Base Aérea nº1
Sintra.(WebXXI - the first owner and author of the
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Por favor não publiquem nenhuma foto local do
container, Obrigado.