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A televisão é um dos
objectos mais utilizados do mundo, e hoje em dia não existe uma
casa em que não haja uma televisão ou mais. E apesar da atenção dos
utilizadores ser cada vez mais desviada da televisão tradicional e
as audiências migrarem para a Internet, lembramos sempre com
nostalgia aquelas séries e programas antigos que se tornaram
clássicos nas nossas vidas.
As Origens da
Televisão
Desde o início do século
XIX, já havia uma preocupação científica em tentar construir algo
que transmitisse imagens a lugares distantes. Alexander Bain, um
destes visionários oitocentistas, conseguiu em 1842 pela primeira
vez transmitir uma imagem estática através de impulsos eléctricos
canalizados em um par de fios. Estava inventado o fac-simile, ou
fax.
Mas para se chegar à TV tal
como se conhece hoje, foi preciso que outras descobertas
científicas se realizassem. Uma delas, básica, passou desapercebida
por mais de meio século. Em 1817, o químico sueco Jons Jacob
Berzelius descobriu o selénio, mas só 56 anos depois, em 1873, que
o inglês Willoughby Smith comprovou que o selénio possuía a
propriedade de transformar energia luminosa em energia eléctrica,
que é exactamente o que fazem hoje câmaras de video e máquinas
fotográficas digitais.
Foi mais um dos passos
fundamentais para a invenção dos televisores, mas ainda faltavam
muitos. Sete anos mais tarde, a contribuição chegou pelas mãos de
Maurice Le Blanc. Em Paris, ele demonstrou que o cérebro humano
podia ser enganado por um mecanismo de repetição. Ou, melhor
dizendo, que um humano entenderia como movimento a sucessiva
projeção de várias imagens individualmente estáticas. É o mecanismo
que ainda hoje funciona no cinema e, claro, nos tubos de raios
catódicos dos monitores e de televisores.
As invenções que se
seguiram nos anos seguintes, seriam determinantes para a síntese de
tantos anos de trabalho. Assim em 1884, o jovem alemão Paul Nipkow
inventou um sistema baseado num disco com orifícios em espiral com
a mesma distância entre si que fazia com que a imagem de um objecto
se subdividisse em pequenos elementos e que se a velocidade de
rotação fosse suficientemente alta, a imagem voltaria à sua forma
original.
Em 1892, Julius Elster e Hans Getiel foram responsáveis pela
criação da célula fotoeléctrica e em 1906, Arbwehnelt desenvolveu
um sistema de televisão por raios catódicos, sendo que o mesmo
ocorreria na Rússia por Boris Rosing. O sistema empregava a
exploração mecânica de espelho somada ao tubo de raios
catódicos.
Pouco depois da primeira
guerra mundial, em Inglaterra, uma adaptação do disco de Nipkow foi
usada por John Logie Baird. Quatro anos mais tarde, em 1924, Baird
transmitiu contornos de objectos à distância e no ano seguinte,
fisionomias de pessoas. Já em 1926, Baird fez a primeira
demonstração no Royal Institution em Londres para a comunidade
científica e logo após assinou contrato com a BBC para transmissões
experimentais. O padrão de definição possuía 30 linhas e era
mecânico.
Nesse período, em 1923, o
russo Wladimir Zworykin descobriu o iconoscópio, invento que
utilizava tubos de raios catódicos. Em 1927, também Philo
Farnsworth descobriu um sistema dissecador de imagens por raios
catódicos, mas com nível de resolução não satisfatório. Zworykin
foi convidado pela RCA a encabeçar a equipa que produziria o
primeiro tubo de televisão, chamado orticon, que passou a ser
produzido em escala industrial a partir de 1945.
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Em Março de 1935, emite-se
oficialmente a televisão na Alemanha, e em Novembro na França,
sendo a Torre Eiffel o posto emissor. Em 1936, Londres utiliza
imagens com definição de 405 linhas e inaugura-se a estação regular
da BBC. No ano seguinte, três câmaras electrónicas transmitem a
cerimónia da Coroação de Jorge VI, com cerca de cinquenta mil
telespectadores. Na Rússia, a televisão
começa a funcionar em 1938 e nos E.U.A., em 1939. Durante a Segunda
Guerra Mundial, a Alemanha foi o único país europeu que a manter a
televisão no ar.
Até ao final da II Guerra
Mundial, assistiu-se ainda à era da rádio. A televisão só se
expandiu definitivamente na década de 50, com a multiplicação das
vendas de aparelhos. Diversificaram-se as produções (que eram ainda
todas ao vivo, por imperativo de ordem técnica), aumentou o número
de programas transmitidos diariamente e de horas de emissão. A
televisão fez-se agente de uma revolução que impôs o audiovisual
como uma realidade central da cultura e do quotidiano de
larguíssimas camadas da população.
A Televisão em
Portugal
"A chegada da televisão
mudou os horários. Mudou a vida em família. Mudou sobretudo as
conversas do dia seguinte. Nas escolas, no Liceu, nos empregos, nos
cafés e nas ruas falava-se do que se tinha visto na véspera. A
comunidade local enriqueceu-se com assuntos vindos de fora. Os
concursos, as charlas, as notícias, as peças de teatro, as
variedades e o desporto passaram a fazer parte do quotidiano. Não
pensávamos nisso, mas era assim em todo o país. Os heróis
contemporâneos, as modas, os modelos e os padrões começaram a ser
nacionais. Fátima ganhou as suas credenciais nacionais e, mais
tarde, internacionais. O Benfica, cujos grandes triunfos europeus
surgem poucos anos depois de iniciada a televisão, consagrou-se,
por essa via, como o principal clube nacional. Mais do que pela
escola, a que muitos nunca tinham ido, é pela televisão que muitas
pessoas se sentem efectivamente parte de uma comunidade nacional.
Ou antes, como disse Martin Scorsese, noutro contexto, a comunidade
transformou-se em sociedade."
excerto de PRÓLOGO
de ANTÓNIO BARRETO para "RTP 50 ANOS DE
HISTÓRIA"
Em Portugal, a televisão
deu os primeiros passos, a preto e branco, a 4 de Setembro de 1956.
As emissões regulares tiveram início a 7 de Março de 1957.
A 23 de Março de 1957 entram em serviço os Centros Emissores de
Lisboa (Monsanto) e da Lousã.
1ª Mira Técnica RTP ----- Centro Emissor de
Monsanto
Nos anos seguintes, a
Radiotelevisão Portuguesa (RTP) chegaria ao Porto, à Madeira e aos
Açores, e depois cobriria todo o território nacional, com
delegações nas diversas regiões. Em 1980 começaram as
emissões regulares a cores em Portugal, sendo o Festival RTP da
Canção de 1980 o primeiro programa emitido a cores em
Portugal.
Nos anos 90 surgem os canais privados: a SIC (1992) e a TVI (1993).
Em 1994, surge a Televisão por Cabo.
Graças à posição dominante
em relação a toda a região de Lisboa, Monsanto foi equipada com
várias antenas. De entre estas destaca-se o Centro Emissor de
Monsanto, uma torre de comunicações da Portugal Telecom, que
sucedeu à antiga antena da RTP.
Neste Centro são recebidos
os sinais de TV dos estúdios dos operadores de televisão (RTP, SIC
e TVI) e é feita a sua distribuição para os emissores de TV desta
estação bem como para os restantes Centros emissores espalhados
pelo País (rede de distribuição) para a sua difusão hertziana. É
também executada a interligação entre estúdios dos operadores de TV
(rede de interligação), o encaminhamento de sinais de TV
provenientes de diversos locais do País para os estúdios (rede de
inserção), o envio de sinais de TV para e da estação terrena de
satélites de Sintra (Alfouvar).
A torre existente, com uma
altura total de 120 metros, é uma das mais altas estruturas
existentes em Portugal, no topo dela estão instalados os sistemas
de antenas de emissão de VHF (RTP1), e de UHF (2: e
SIC).
O Centro Emissor de
Monsanto localiza-se na Estrada da Bela Vista dentro do Parque
Florestal de Monsanto (Lisboa) a uma cota de 187 metros e é o
Centro mais importante da Rede de Teledifusão da PT
Comunicações.
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