Carvalhal
Carvalho:árvore
de grande estatura, porte erecto e longevidade. Forma extensas
florestas – carvalhais – e é das espécies florestais
mais importantes.
Também chamada de glande, a bolota é um fruto seco. Contém uma
semente no seu interior. Esta é formada por pericarpo –
tegumento castanho envolvendo o embrião – formado por
cotilédones, radícula e caulículo finalizado por uma
gémula.
Cotilédones, carregados de amido, são nutritivas e usadas pela
planta como reservas, para desenvolver a radícula e a gémula,
especialmente se a glande estiver em solo húmido e num ambiente
iluminado. A radícula sai da extremidade da glande, enterrando-se
no solo. O caulículo dirige-se para cima e a gémula origina um novo
caule. Como os cotilédones ficam no chão, esta germinação é
hipógea. A planta pode ainda continuar agarrada à glande durante
dois anos, esgotando as reservas. A raiz ramifica-se, formando um
gavião (raiz principal) que originará as raízes secundárias,
assegurando uma boa fixação e absorção de nutrientes. Esta é
ampliada pela simbiose entre o carvalho e filamentos (hifas) de
fungos – formando micorrizas. O caule desenvolve-se no ar,
alonga-se, ramifica-se (devido ao abrolhamento dos gomos terminais
e axilares) e engrossa, formando um vigoroso tronco (de vinte a
vinte e cinco metros de altura) com uma poderosa copa no topo. O
diâmetro do tronco (que pode atingir até sete metros) é
consequência da junção de dois meristemas laterais: câmbio (entre a
parte lenhosa e a parte liberina, que contribui para o crescimento
interno, formando lenho; para o lado externo forma líber
secundário) e câmbio suberoso (casca ou zona cortical). Daí o
aparecimento de círculos concênctricos.
A armadura lenhosa e sólida constitui a madeira secundária que
suporta a árvore. Nalguns climas o desenvolvimento interrompe-se no
Inverno; explode na Primavera e diminui no Verão e Outono. O câmbio
suberoso é responsável pelas formações secundárias, como a cortiça.
As camadas periféricas (líber e cortiça, por exemplo) são a casca,
que se divide, distende e fendilham devido às pressões interiores,
à medida que envelhece.
O seu crescimento é lento, prolongando-se por algumas centenas de
anos.
É uma árvore de folha caduca e passa por repouso durante o Inverno.
Com o regresso da Primavera vêm novas folhas e desenvolvimento
(contudo, outras espécies da família do carvalho têm as folhas
persistentes, como os sobreiros). Aos quarenta anos inicia a sua
floração, repetindo todos os anos. Tem muitas flores masculinas e
femininas, todas diminutas e esverdeadas. Cada flor feminina pode
originar uma glande.
Contudo, ao fim de longos anos, deixa de crescer e prossegue com
pequenas florações e frutificações de sementes. Aproxima-se o seu
fim. As raízes deixam de absorver o necessário ao seu crescimento e
manutenção; a copa não expõe grande parte das folhas ao sol e o
tronco não pode suportar cargas cada vez maiores. Pior alimentada,
é alvo de fungos e outras infestações que a debilitam,
perfurando-lhe o tronco, transformando-o em celulose sem
resistência. Acaba por tombar, vencido pelos anos.