LINHA DO TUA - ESTAÇÃO DO CACHÃO
A LINHA
DO TUA
Com esta série de Caches
pretendemos dar a conhecer alguns pontos desta linha com 120 anos
de história e que foi equiparada, pelos mais reputados engenheiros,
em termos de dificuldade, às Linhas ferroviárias dos Alpes
Franceses ou Suíços. Pela sua beleza e rigor técnico, merecia ser
classificada como Património Nacional ou, mesmo, Património Mundial
da Humanidade. Mas em vez disso prevê-se a sua destruição com a
construção de uma Barragem que fará desaparecer uma parte
importante desta linha. Perdem-se as paisagens únicas daqueles
vales, perde-se a principal referência de toda uma região que
ficará certamente mais pobre.
A Linha
do Tua liga a estação de Tua (Linha do Douro) à estação de
Bragança, numa distância total de 133,8 km. A linha encontra-se em
funcionamento apenas no troço Cachão - Carvalhais. O troço
Carvalhais - Bragança encontra-se encerrado a todo o tráfego
ferroviário desde 1991.
Estações e apeadeiros da Linha do Tua
000,0km -
Tua(Linha
do Douro)
004,3km -
Tralhariz(Apeadeiro)
007,6km -
Castanheiro(Apeadeiro)
013,4km -
Santa
Luzia
015,6km -
São
Lourenço (Apeadeiro)
017,8km -
Tralhão(Apeadeiro)
021,2km - Brunheda(Apeadeiro)
025,1km -
Codeçais(Apeadeiro)
029,3km - Abreiro
033,9km -
Ribeirinha(Apeadeiro)
038,8km -
Vilarinho(Apeadeiro)
041,9km -
Cachão
045,0km - Frechas
048,5km - Latadas(Apeadeiro)
054,1km -
Mirandela
055,2km - São Sebastião (Apeadeiro)
058,2km - Carvalhais
061,1km - Vilar da Ledra (Apeadeiro)
065,3km - Avantos (Apeadeiro)
067,2km - Romeu
074,1km - Cortiços
078,9km - Grijó
082,8km - Macedo de Cavaleiros
085,3km - Castelãos (Apeadeiro)
089,3km - Azibo
091,8km - Salselas (Apeadeiro)
094,6km - Valdrez (Apeadeiro)
096,9km - Sendas
099,3km - Vila Franca (Apeadeiro)
100,8km - Chãos (Apeadeiro)
101,8km - Fermentãos (Apeadeiro)
104,6km - Salsas
110,3km - Rossas
117,1km - Sortes
119,8km - Remisquedo (Apeadeiro)
122,1km - Rebordãos (Apeadeiro)
125,6km - Mosca
133,8km - Bragança
Cronologia
1878 - Apresentação de dois projectos
para a construção de uma linha de caminho de ferro pelo vale do
Tua. Engenheiro João Dias (margem direita), e engenheiro António
Pinheiro (margem esquerda)
22 de Junho de
1882 - Apresentação pela Câmara Municipal Mirandela à Câmara
dos Pares do pedido de aprovação do projecto de lei para a
subvenção de 135 contos de réis para cobrir a garantia de juro de
5% para a empresa que construísse a via. Tiveram o apoio de várias
personalidades do Comércio do Porto, de entre as quais se destaca
Clemente Meneres, considerado um dos pais da Linha do Tua, e
personalidade das mais ligadas a esta linha.
11 de Janeiro de
1883 - A CM Mirandela apela a El Rei D. Luís I, juntamente com
a Associação Comercial do Porto, para a aprovação do projecto de
construção da Linha do Tua. Este grupo de pressão manteve o poder
comercial da zona do Douro, contra o desejo de se desviar as
principais rotas para a Linha da Beira Alta, potenciando o sucesso
fundamental das Linhas do Douro e do Tua.
26 de Abril de
1883 - É lançado em Carta de Lei o concurso para a construção
da via férrea do Vale do Tua, sendo o vencedor o mesmo grupo
responsável pela construção da Linha do Dão, a 2ª Via Estreita do
país, sendo a figura maior o Conde da Foz.
Dezembro de 1883
- O contrato é
trespassado à Companhia Nacional, por inabilidade do anterior grupo
para a execução do projecto.
26 de Maio de
1884 - Adjudica-se a obra à CN por decreto
governamental.
30 de Junho de
1884 - Assinatura do contrato definitivo pela
CN.
16 de Outubro de
1884 - Arranque das obras da via, em Mirandela. Depois de pouco
tempo, o engenheiro é forçado a desistir, ao não revelar firmeza
para a liderança da força de trabalho conflituosa, e ao mesmo tempo
dirigir a obra, que revelava ser um desafio enorme. É substituído
pelo açoreano Dinis da Mota, cuja assinatura passaria ainda pela
Linha do Dão.
27 de Outubro de
1887 - Inauguração da Linha do Tua, entre o Tua e Mirandela,
com a locomotiva Trás-os-Montes, tripulada pelo engenheiro
Dinis da Mota. D. Luís I e o Príncipe Real compareceram às
concorridas cerimónias na estação de Mirandela.
1899 - Reorganização dos Caminhos de
Ferro em Portugal, e criação do Fundo Especial dos Caminhos de
Ferro, que possibilitou um relembrar do reatamento das obras rumo a
Bragança.
1901 - Uma firma inglesa mostra
interesse em construir o troço Mirandela - Bragança, e ainda um
ramal de ligação às minas de Vimioso, mas o processo não avança e
cai rapidamente no esquecimento.
24 de Março de
1902 - É firmado um contrato provisório de construção com
aquele que ficaria celebrizado numa estela na estação de Bragança,
e com a avenida que começa neste edifício, como o "arrojado
empreiteiro do caminho-de-ferro Mirandela-Bragança", João da
Cruz.
20 de Julho de
1903 - A CN, depois de João da Cruz, pela dimensão da obra, lhe
ter trespassado o contrato de construção, e depois de uma reunião
promovida pela CM Bragança, onde figurou o incansável patrono da
Linha do Tua Conselheiro Abílio Beça, relança a construção final da
via para Bragança. João da Cruz será o engenheiro-chefe e
empreiteiro da obra; virá a falir com este esforço.
02 de Agosto de
1905 - O Comboio chega ao Romeu.
15 de Outubro de
1905 - O Comboio chega a Macedo de Cavaleiros.
18 de Dezembro de
1905 - O Comboio chega a Sendas.
14 de Agosto de
1906 - O Comboio chega a Rossas.
01 de Dezembro de
1906 - O Comboio chega a Bragança. Bragança não é estação de
topo, mas as obras acabam para não mais serem reatadas, de modo a
levar a Linha do Tua até à Puebla de Sanábria [Espanha].
27 de Abril de
1910 - Morre na estação de Salsas o Conselheiro Abílio Beça,
trucidado pelo comboio que tão incansavelmente tinha lutado para
trazer à capital de distrito.
Década de 1940
- A Linha do Tua
passa para a CP.
15 de Dezembro de 1991 -
Encerramento do troço Mirandela - Macedo de Cavaleiros. Entram em
funcionamento autocarros de substituição para transbordo, deixando
o troço Macedo de Cavaleiros - Bragança isolado do resto da Linha
do Tua;
17 de Dezembro de 1991 -
Descarrilamento em Sortes, danificando a locomotiva e fazendo um
ferido. O troço Macedo de Cavaleiros - Bragança é encerrado "por
questões de segurança";
18 de Dezembro de 1991 -
Populares sequestram os autocarros de substituição nos Cortiços, e
cortam-se ainda estradas em Fermentãos e Salsas, como protesto pela
falta de comboios. Em Lisboa reunem-se autarcas da região servida
pela Linha do Tua e a CP, de onde se declara que "a Linha do Tua
não será encerrada";
14 de Outubro de 1992 -
Noite do Roubo: de madrugada, sem aviso prévio, com escolta
policial e um apagão nas comunicações rádio e telefone, é retirado
por via rodoviária o material circulante estacionado nas estações
de Bragança e Macedo de Cavaleiros. A operação, que custou 12 mil
contos, foi justificada como necessária "para reparação do material
circulante". Até hoje, os comboios não voltaram a Bragança.
28 de Julho de
1995 - Inauguração do Metro de Mirandela, a operar entre as
estações de Mirandela e Carvalhais, no troço encerrado há 3 anos.
Foi a primeira reabertura de linha a manter-se até aos nossos dias;
O projecto prevê a exploração até ao Cachão.
2001 - Saem de circulação as
locomotivas Alsthom e as carruagens "napolitanas", e o Metro de
Mirandela (empresa municipal participada pela C.P., E.P.) passa a
explorar toda a via, desde o Tua até Carvalhais. Mudança radical
nos horários, e introdução, temporária, de autocarros de
substituição. Início das obras de reconversão da estação de
Bragança.
24 de Janeiro de
2004 - Inauguração da estação rodoviária de Bragança, no
edifício da estação ferroviária e espaços adjacentes.
2006 - Dois milhões de euros são investidos em obras de
consolidação e reparação da linha.
12 Fevereiro de
2007 - Um desabamento de terras motiva a queda de
uma composição comercial do metro de Mirandela no rio Tua. Morrem
três dos cinco passageiros que faziam a ligação entre as estações
da Foz do Tua e Mirandela.
Janeiro de 2008
- Reabertura da linha depois do acidente
anterior.
10 Abril 2008
- Três trabalhadores da REFER ficam
ligeiramente feridos, numa acidente na linha.
2 de Junho
de 2008 - Anunciada a reabertura do
troço entre a Estação do Tua e o Apeadeiro da Ribeirinha para 22 de
Maio acabou por ser adiada para 2 de Junho
22 de Agosto de 2008
- Um acidente ferroviário
perto da estação de Brunheda, Carrazeda de Ansiães, causou dois
mortos e dezenas de feridos. A linha é encerrada.
A
CACHE
ESTAÇÃO DO CACHÃO - KM 41,9
Actualmente esta estação é literalmente o "fim da Linha", é aqui
que os comboios (Metro) terminam a sua viagem de 15 km desde
Mirandela.

A
CACHE é de tamanho Micro com logbook e
stashnote.
ATENÇÃO
Pedimos
que voltem a colocar a Cache no sítio e da forma como a
encontraram.