O Moinho de
Caixeiros
Nos arredores de Santa Cruz, na povoação de Caixeiros,
encontra-se em excelente estado de conservação, um "moinho de
várzea", classificado como Património de Interesse Municipal e que
foi mandado edificar em 1836.

Os moinhos de vento surgiram na Europa por volta do século XII,
chegaram primeiro a Itália e França, depois à Península Ibérica e,
por último, surgiram em Inglaterra, na Holanda e na Alemanha.
Os moinhos usados na Europa, nessa época, já tinham o eixo
horizontal e possuíam quatro grandes pás colocadas em forma de
cruz. A sua principal função era moer grãos de cereais, embora na
Holanda, pudessem ser utilizados para secarem terrenos alagados.
Talvez influenciados pelo saber das artes marítimas de navegar à
vela, em Portugal, os moinhos de vento eram edificados no alto dos
montes e usavam normalmente quatro velas de pano, apoiadas em
quatro mastros de madeira.
O Oeste é a região do país onde predomina a maior quantidade de
moinhos de vento de toda a Europa. Já em 1905, Gabriel Pereira, num
passeio a Santa Cruz de Ribamar, hoje Santa Cruz, descrevia assim
os moinhos: "Passamos junto de moinhos em grande buzinada, as
cordas cheias de louça, dezenas de vasos de barro; os moleiros
destes sítios são grandes amadores desta música".
O moinho de Caixeiros é um exemplar raro de moinho de vento,
pois está implantado num vale, podendo ser designado como um
"moinho de várzea". Foi edificado em 1836 em substituição de de uma
azenha que tinha sido destruída pelas cheias. No ano de 1986, foi
adquirido pela Câmara Municipal de Torres Vedras e após importantes
obras de restauro, foi inaugurado em 10 de Julho de 1987.
O moinho encontra-se em laboração e está aberto ao público para
visita. Neste museu vivo é possível observar a movimentação das
engrenagens, a mó a moer os grão de cereal e a fase de ensacamento
da farinha.
Esta Cache está colocada com a devida autorização do responsável
pelo espaço (presidente da Junta de Freguesia).