O Campo Arqueológico da Mata
da machada, faz parte de uma olaria da qual apenas foi escavado um
forno na década de 80 e situa-se em plena Mata Nacional da
Machada.
A sua localização explica-se pela grande abundância de lenha,
combustível necessário ao funcionamento dos fornos e pela
existência de matéria-prima no local: a argila.
O espólio cerâmico proveniente da escavação desta olaria divide-se
em duas grandes tipologias: louça de uso caseiro e peças de uso
industrial.
Na primeira categoria integram-se as panelas, candeias, malgas,
tigelas, escudelas, copos, pratos, caçoilas e peças de
armazenamento de maiores dimensões como cântaros, alguidares,
talhas e potes. Também se fabricavam telhas e tijolos para a
construção.
A segunda categoria de peças é maioritariamente composta por um
tipo de artefacto industrial: as Formas de Purga do Açúcar, ou “Pão
de Açúcar”, a peça mais fabricada neste forno e destinada aos
engenhos açucareiros insulares.
Nesta olaria foi descoberta ainda uma tipologia cerâmica,
identificada na época como “forma de biscoito”, a qual serviria
para fabrico deste produto nos fornos de Vale de Zebro. Em estudos
recentes admite-se ter funções completamente distintas destas. As
peças consistem em placas de barro de forma circular, com dimensões
diversas. Tais artefactos constituiriam utensílios de olaria
denominados “Pratos de Torno”, sobre os quais o oleiro fazia as
peças e transportava-as para o local de seca, antes de entrarem no
forno e serem cozidas.
Esta é ainda actualmente, decorridos que são mais de vinte anos
sobre a realização da primeira campanha arqueológica, uma das
poucas olarias conhecidas dos séculos XV e XVI, o que atesta a sua
importância no contexto
nacional. |