Em Portugal, a introdução dos moinhos de água deve-se em grande
parte aos Romanos, sendo o moinho de rodízio aquele que mais se
difundiu, principalmente nas regiões do norte do país. A sua
utilização resistiu até aos nossos dias e segundo os historiadores,
existiriam em Portugal no ano de 1968, cerca de 10.000 moinhos
ainda em actividade, dos quais aproximadamente 7.000 seriam de água
e destes 5.000 seriam de rodízio.
Ao longo do rio Erges ainda podemos encontrar vestígios destes
moinhos e na zona do canhão fluvial do Erges situa-se um local
denominado de Moinho do Seco. Não existe muita
informação sobre estes moinhos mas ao deslocarmos ao local pudemos
verificar in loco os vestígios de dois antigos moinhos, um do lado
português e outro do lado espanhol. Devido à forte corrente do rio,
especialmente no Inverno, e à falta de conservação os moinhos
ruíram por completo e hoje em dia apenas podemos identificar
pequenos vestígios dos mesmos (mós, açude, levada, represa, …)
Devido ao forte caudal do rio presume-se que estes moinhos
fossem do tipo rodete submerso. Este sistema utilizava uma roda
larga e forte a que se dá o nome de rodete, trabalhando esta
submersa dentro de uma câmara cilíndrica (poço de pedra ou dorna),
onde a água ao entrar a fazia girar num sistema em turbina.
Principais
características:
-
Açude;
construído em pedra, serve para represar a água do rio ou da
ribeira
-
Levada;
canal com origem no açude, transporta a água até à
represa.
-
Represa;
local junto ao moinho onde é recebida a água da levada.
-
Agueira;
canal condutor de água, passa por baixo do moinho e desce da
represa até ao rodízio.
-
Cubo;
cabouco na parte inferior do moinho onde está o rodízio
-
Seteira;
peça existente ao fundo da agueira (tubo por onde sai a
água)
-
Zorra; peça
móvel de apoio ao rodízio (fica por baixo do rodízio)
-
Pejadouro;
Tábua/calha que comanda a direcção da água (faz parar o
moinho)
-
Rodízio;
roda com movimento horizontal (ligado à mó por um veio)
-
Pedra; mó
em granito (mó inferior fixa, mó superior móvel)
-
Mó; tem
aproximadamente 35 anos de duração
CACHE
A cache
encontra-se localizada no lado espanhol mas com uma bela vista para
o Moinho do Seco e para o canhão fluvial do Erges. Existem duas
maneiras de aceder à cache:
1º - Se o
caudal do rio permitir (no Inverno e Primavera é raro), podem ir
pelo lado Português e atravessar pelo açude
2º - Se o
caudal estiver elevado só podem aceder pelo lado espanhol e aí têm
de ir pela estrada em direcção a Zarza La Mayor e seguir as
indicações para o Castelo de Peñafiel. Ao chegarem ao castelo têm
de descer ao rio.
O conteiner contem
os habituais itens de troca, logbook, lápis e uma prenda para o
FTF.
Lembrem-se que
estão no Parque Natural Tejo Internacional por isso respeitem o
local, a fauna animal e desfrutem ao máximo a paz e o ar puro. Não
deixem/deitem lixo no chão e não façam lume. Pratiquem CACHE IN,
TRASH OUT.