Moinho "Bom Jardim" ou Moinho dos Bóias
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O moinho "Bom Jardim", conhecido
por moinho dos Bóias, foi em tempos um moinho de vento, construído
em pedra vermelha de Eirol e cantarias de granito. O moinho,
construção muito normal na Ria de Aveiro noutros tempos, está em
extinção nos dias de hoje. Este exemplar, situado logo à entrada da
cidade no final da A25, próximo do pavilhão do S. C. Beira-Mar, na
margem norte do canal do Paraíso, é hoje apenas uma estrutura
cilíndrica e que tem sofrido um total desprezo, estando aberto e
exposto ao vandalismo, sendo mesmo resguardo de pessoas menos
favorecidas, o que contrasta com o luxo das habitações existentes
do outro lado do canal.
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Não foi possível obter dados sobre
a origem e história do moinho mas, em 1981, Eduardo Cerqueira
chamava assim à atenção para este moinho:
"Ali para os lados onde o casario da cidade acaba e
a rasa paisagem lagunar se estende, ergue-se ainda o esqueleto
estrutural, decepado e reduzido à absoluta apatia funcional,
redondo de planta e ainda sólido nas paredes de pedra rolada de
importação quiçá insular, um derradeiro espécime dos moinhos que
polvilhavam outrora, ao rés de água, esta zona que se diferencia
sem se subtrair no conjunto nacional.
De moinhos estiveram inçados a Ria e Aveiro. Desde os que
conferiram esse topónimo a um ponto da estrada marginal da Cale de
Vila e que a energia hidráulica das marés impelia para uma
laboração precária, aos que disseminavam pelos chãos aluvionares de
baixíssima cota, com propulsões eólicas, baralhadas com os
palheiros das salinas.
Até ao mesmo Esteiro das Azenhas que, por via delas dava o nome, ao
que hoje, não sei por que bulas nem pias baptismais que o
legitimem, crismamos teimosamente de Canal do Cojo. E que terão,
acaso, inspirado J. Ferreira Pinto Basto a construir,
frustrantemente, a «Casa dos Moinhos», no termo do velho «llhote do
Cojo» — onde está instalada a Capitania do Porto de
Aveiro.
Aveiro perdeu, pois, uma velha e caracterizadora tradição de
"moinhos". Redobrada razão para conservar, reconstruir e
aproveitar, funcional e culturalmente, aquele que nos resta à mão e
autêntico."
Existe, de novo, neste momento, um chamar de atenção para este
exemplar, que recuperado e requalificado, poderia ser um excelente
cartão-de-visita de Aveiro e um memorial da actividade tradicional
de moagem na zona da Ria de Aveiro, enquadrado num "Bom
Jardim".
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Moinho "Bom Jardim"
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Mós do Moinho
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Para além deste só existe mais um
moinho em Aveiro, o de Esgueira, que se encontra completamente em
ruínas, apesar da sua importância histórica.
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Moinho de Esgueira
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Moinho antiquíssimo, talvez o
edifício mais antigo de todo o concelho de Aveiro. A referência
escrita mais antiga é numa carta de D. Dinis, ordenando demarcação
de fronteiras entre Esgueira e Sá (antigos concelhos), de 3 de
Abril de 1309. Nos princípios do século XVIII, o Tombo da Vila de
Esgueira da documentação do Mosteiro de Lorvão, menciona este
moinho como marco de divisão entre os três concelhos (Esgueira, Sá
e Aveiro). Assim como no Tombo da Casa de Aveiro, também em finais
do século XVII princípios do século XVIII, é mencionado o mesmo
moinho na demarcação do concelho.
Em avançado estado de degradação e abandono, o que a continuar irá
levar à irremediável perda desta construção importante para a
história da própria cidade de Aveiro. Neste momento resta pouco
mais que uma parede do moinho.
Embora com um maior valor arqueológico, devido ao seu estado de
degradação, o facto de não ser permitido a aproximação à estrutura
e porque desta pouco mais se conseguir ver que uma parede, o local
é de pouco interesse. De qualquer maneira deixo aqui as coordenadas
(ver Additional Waypoints) para quem tiver
curiosidade em ver como o tempo e o progresso resolvem as suas
contas com o passado e o edifício com os registos mais antigos da
cidade tende a desaparecer.
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Moinho de Esgueira Actualmente
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Moinho de Esgueira ainda com telhado
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A Cache
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A cache encontra-se muito perto do
Moinho "Bom Jardim" ou dos Bóias e é uma cache tipicamente urbana
num local com bastante movimento rodoviário e em linha de vista de
habitações. Além disso é preciso ter algum cuidado pois por vezes o
moinho é "habitado" e pode levantar suspeitas. Apela-se portanto à
discrição e bom senso para que a cache possa durar bastante
tempo.
- Depois de detectarem a cache, certifiquem-se que não estão a ser
observados e retirem-na.
- Não registem a vossa visita no local, afastem-se um pouco para
não chamar a atenção.
- Deixe a cache devidamente colocada.
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Fontes
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- Moinhos de
Portugal
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