Povoação antiquíssima, situada na antiga linha da Costa,
Esgueira foi Comarca até 11/04/1759 e Concelho até 6/11/1836, sendo
hoje uma freguesia da Cidade de Aveiro. Centro de grande poder e
influência, Esgueira foi distinguida com a Comenda da Ordem de
Cristo.
Como sinais do seu antigo poder, perduram o Foral de D. Manuel
I, o Pelourinho — obra considerada Monumento Nacional
—, o edifício onde estiveram instalados o Tribunal e a Câmara
de Esgueira (sede actual da Junta de Freguesia) e ainda a matriz do
Selo Municipal, em latão, que se encontra a bom recato no Museu de
Aveiro.
Segundo o historiador aveirense Marques Gomes, este Selo, preciosa
relíquia das armas da Vila, remonta à primeira fase deste
Município.
A localização geográfica de Esgueira permitiu-lhe que até ao século
XVII, tivesse um grande desenvolvimento através da sua intensa vida
marítima e da exploração de marinhas de sal; destas actividades
resultou um intenso comércio, activo durante séculos, sendo a vila
muito concorrida por comerciantes e almocreves.
Foi junto a uma enorme baía que Esgueira cresceu. Como terra ligada
à actividade marítima, terá tido um porto. É, aliás, à existência
desse porto que está associado uma das teorias da origem do nome de
"Esgueira": diz a lenda que ali adornou um grande barco tendo
ficado de "esguelha"; com o passar dos tempos, "esguelha" ter-se-á
transformado em "esgueira".
É também ligado à actividade piscatória que está associado a
alcunha por que são conhecidos os habitantes de Esgueira:
"Bicudos", designação com origem num abundante peixe
existente em tempos idos nos canais da laguna de Aveiro.
O Outeiro é o nome do local onde ter-se-ão fixado os primeiros
habitantes de Esgueira. Junto à linha de água, e sobranceiro a
esta, terá sido daqui que os "Bicudos" de eras passadas
viram o mar recuar e dar origem à laguna de Aveiro com a sua densa
rede de canais e ilhotas. Foi-se o mar e mais recentemente o
outeiro. Continua lá, mas já não é o que foi. Em tempos recentes já
foi um lindo jardim; hoje é apenas a superfície onde assenta o
Pavilhão do Clube do Povo de Esgueira.
Esgueira atingiu grande desenvolvimento em épocas passadas, quer
pela actividade ligada ao mar quer pelo facto de ter sido elevada a
cabeça de comarca (situação que manteve até 1759), sujeitando 31
vilas e 10 concelhos. Aveiro também estava sob jurisdição de
Esgueira nesses tempos.
Com o passar do tempo, o progressivo recuar da linha de maré - que
levou a que povoações anteriormente situadas no litoral passassem a
estar afastadas do mar -, associado ao crescimento de Aveiro quer
política quer economicamente, conduziram Esgueira a um lugar
subalterno da cidade de Aveiro e longe da importância e influência
que já teve.
Fontes:
http://www.prof2000.pt/users/secjeste/histesg/index.htm
http://www.prof2000.pt/users/secjeste/bconde/pg000100.htm
http://esgueirando-me.blogspot.com/2007/03/curiosidades-em-alcunhas-tpicas.html
http://www.jf-esgueira.pt/index.php?destino=esgueira
http://esgueira.com.sapo.pt/html/historia.html
A CACHE
É uma cache tradicional urbana, localizada na freguesia de
Esgueira, onde habitam os bicudos. Está numa zona bastante
movimentada durante o dia. Por favor, sejam discretos.
Conteúdo inicial: stashnote e logbook. É uma micro e não contém
material de escrita.