Há muitos muitos anos, um tio-avô meu foi chefe da estação de CF de Verdoejo. Esse meu tio-avô tinha um corvo, o Vicente, que dava a partida aos comboios.
Empoleirado no ombro do dono, a um sinal deste assobiava, imitando na perfeição o apito utilizado para o efeito.
Nessa época, os trabalhadores da CP deslocavam-se frequentemente de estação para estação. Um dia desapareceu uma navalha a um desses trabalhadores, nunca aparecendo por mais que este a procurasse.
Passados uns meses, o referido trabalhador voltou a Verdoejo. Quando o viu, o Vicente mirou-o com o olhar trocista que os corvos têm e, a saltitar, dirigiu-se a um carril e retirou de lá debaixo a navalha.
A cache não se encontra debaixo de um carril, até porque no lugar da via férrea existe agora a ecopista Valença / Monção, mas não se encontra muito longe do esconderijo do Vicente.