NÃO PASSARAM!
A Ponte de Canaveses, antiquíssima, teve como fundadora a Rainha D. Mafalda e foi construída de forma tão sólida que ao longo dos séculos sobreviveu com ligeiras reparações.
Compunha-se por sete arcos, sendo o do centro mais largo e um pouco mais elevado com uma forma ogival, os outros de volta redonda e diminuíam de altura com tal moderação que mal se apercebia o declive que apresentava a ponte do meio para as extremidades.
As guardas da ponte eram guarnecidas de ameias.
Na segunda Invasão Francesa Soult bem tentou atravessar o rio, mas encontrou a oposição de António da Serpa Pinto, capitão-mor do Concelho de Canaveses, Soalhães e Tuías, que deteve a armada Francesa não a deixando atravessar a ponte.
Diz-se ter ficado danificada na contenda, sendo reparada mais tarde, com os seus sete arcos e guardas ameadas.
No início da década de 40 do Séc. XX constava-se que estava em mau estado, tendo também dimensões inadequadas por certo para o transito automóvel de ligeiros e pesados que se tornou uma constante, pelo que foi substituída por outra em 1944.
A Ponte de Canaveses erguida em 1944 respeitou em tudo a memória da sua antecessora, apesar de algumas vozes que já ouvi em contestação.
Era uma ponte também em granito com o mesmo tipo de arcos, pilares e até manteve o pormenor das guardas ameadas, era obviamente de maiores dimensões, mas isso não diminuía em nada sua beleza além de ser extremamente sólida.
Quando se concluiu e fechou a Barragem do Torrão em 1988 e as águas do rio Tâmega subiram grandemente, deixou de se ver a Ponte de Canaveses que atravessava o rio ligando as Freguesias de S. Nicolau e Sobretâmega, podendo só ser vistas as ainda existentes igrejas que nas duas margens quase tocavam as extremidades da ponte.
(Aguarela datada de 1966)
(1987, um ano antes da sua destruição)
A Ponte de Canaveses que sobrevivia incólume desde 1944 fazendo, além do seu serviço, memória justa a anterior, teria sido DESTRUIDA e DERRUBADA antes da subida das águas do Tâmega em 1988, tendo inclusive o exército sido convocado para tratar, organizar ou liderar a sua destruição!!!
Este memorial aos combatentes contra as forças invasoras Francesas e a importância crucial que a Ponte de Canaveses desempenhou nesse bloqueio, é muito correcto eticamente, mas de certo modo incorrecto Historicamente. A placa encontra-se junto aquela que é actualmente chamada de «Ponte de Canaveses», construção moderna (finais da década de 80) em betão, que rigorosamente nada tem com as suas antecessoras, inclusive a destruída em 1988, como nem sequer se encontra no mesmo sitio das mesmas, mas sim a umas boas centenas de metros do local. Paradoxalmente, no local exacto (margens) das antigas pontes não existe qualquer referência às mesmas ou ao sucedido.
(Fonte da montagem fotográfica: tovasconcelos.com)
Obs. Mais recentemente, conseguimos a magnífica montagem fotográfica que podemos observar em cima. A fotografia a preto e branco (que acreditamos ser dos anos 60/70) mostra a Ponte de Canaveses de um ângulo singular, com o aspecto que manteve até ser destruída em 1988, o mais interessante nesta imagem é a sobreposição com outra do mesmo exacto local, com a albufeira do Torrão cheia.
Fonte de Pesquisa: http://monumentosdesaparecidos.blogspot.com/2009_12_01_archive.html
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