Aveiro apesar dos nomes sonantes da política liberal, naturais da
cidade ou do seu concelho, "acordou" tardiamente para a realização
deste velho anseio das suas gentes. Numa Acta de 22 de Fevereiro de
1910 existe uma referência à criação de uma Biblioteca Pública. Mas
a ideia não foi avante, por certo devido à fase instável que se
seguiu ao 5 de Outubro desse mesmo ano.
Assim sendo, só se encontram novas referências a este assunto em
11 de Outubro de 1923 e nestes termos:
(...)"Criar uma biblioteca municipal, dando plenos poderes ao
presidente para adquirir livros, arranjar casa e fazer tudo o que
necessário for para a rápida efectivação deste indispensável e útil
melhoramento, fazendo incluir no orçamento a quantia de doze contos
destinados à compra de livros, mobiliário e mais despesas, e
autorizando-o a assinar quaisquer contratos respeitantes a este
assunto; nomear bibliotecário o cidadão Manuel Gaspar, casado,
empregado municipal, dando-lhe a remuneração mensal de 150$00 pelos
serviços que terá de prestar na mesma biblioteca
municipal."(...)
Mas só em 1927 será inaugurada. Refere a acta de 19 de Maio
desse ano que, "tendo o Senhor Presidente informado que a
Biblioteca Pública Municipal se encontra em condições de ser aberta
ao público, o acontecimento terá lugar no dia 23 desse mesmo ano".
Ficou instalada na antiga Casa do Despacho da Santa Casa da
Misericórdia, a quem a autarquia pagava uma renda.
O seu fundo bibliográfico inicial era proveniente da colecção do
Professor do Liceu Dr. Alexandre Ferreira da Cunha, a qual se
teriam seguido outras importantes doações, tal como a da família de
José Luciano de Castro, em 1948.
Dando uma vista de olhos aos relatórios anuais da Gerência do
Município de Aveiro a partir de 1942, nota-se uma preocupação
constante com este sector; já em 1943 começavam as queixas e
lamentações, reclamando-se novas instalações numa insistência
permanente: "É necessário procurar instalações mais adequadas para
a Biblioteca Municipal, tornando-a num autentico centro cultural
(...)". As queixas reptem-se anualmente, ora pelo desinteresse da
população pela cultura, ora pelas más condições de leitura. E
sugestões também não faltam - todas elas provisórias e precárias.
Chega a ser pungente o desabafo do relator em 1952: "Dá-nos a
impressão de que a opinião pública se encontra divorciada da nossa
biblioteca e nem dela se lembra."
Só em 1963 surge a grande notícia: "Foi lida e aprovada a minuta
do contracto a celebrar com o Sr. Arq. Fernando Luís Meneses de T.
e Távora para elaboração dos ante-projecto, projecto e fiscalização
de obras da construção do edifício destinado ao Turismo, Finanças e
Fazenda Pública, Serviços Culturais e Biblioteca." (Acta da reunião
de 7 de Junho de 1963).
O edifício acabaria por ser inaugurado apenas a 16 de Maio de
1970, vindo satisfazer as necessidades culturais da época.
Nestes vinte e três anos os serviços prestados ao público pela
Biblioteca Municipal, apesar de todas as carências e defeitos que
lhe reconhecem, foram significativos.
O desenvolvimento sócio-económico da população do Concelho, que
proporcionou a uma grande quantidade de jovens o acesso à educação,
a diminuição do analfabetismo, assim como os novos desenvolvimentos
tecnológicos contribuíram para o aumento da procura de informação
na Biblioteca municipal de Aveiro. O numero de utilizadores
aumentou consideravelmente, tornando-se as instalações existentes
acanhadas e sem possibilidade de responder de modo satisfatório às
novas necessidades.
A Autarquia Aveirense, sensibilizada para a necessidade de criar
um novo serviço de leitura pública que proporcionasse, de uma forma
mais eficaz, toda a informação aos seus habitantes decidiu
candidatar-se a um programa da Secretaria de Estado da Cultura.
Adquiriu um edifício com uma óptima localização, construído numa
traça arquitectónica própria de uma época. Os serviços de
arquitectura da Câmara Municipal de Aveiro, coordenados pela
Arquitecta Diamantina Galacho, fizeram um notável aproveitamento do
edifício, projectando um espaço funcional e esteticamente ajustado
às novas exigências.
A introdução de uma fachada envidraçada pretendeu dar
transparência ao edifício, facilitando o diálogo entre o exterior e
o interior e permitindo que as imagens reflectidas pudessem criar
uma relação de cumplicidade com o transeunte. O espaço interior
conjuga áreas nobres de tectos rendilhados a estuque com planos
ritmados de colunas, que nos projectam através da fachada para o
exterior. A parte central do edifício é envolvida com toda a
sumptuosidade por uma clarabóia gigante.
Conjugando os traços e os espaços arquitectónicos principais do
edifício, surgiram então os espaços, átrios, sala polivalente,
secção de adultos, secção infantil e áreas de gestão e
serviços.
A Biblioteca Municipal de Aveiro, impõe-se-nos hoje como um dos
principais equipamentos culturais que a Autarquia oferece a todo o
Concelho de Aveiro. Pretende ter os seus serviços baseados no
Manifesto da Unesco sobre a Biblioteca Pública, conjugando os
valores da informação, da cultura e do lazer.
A INAUGURAÇÃO
Desde o dia 18 de Junho de 1993 que Aveiro dispõe de um novo
edifício para a Biblioteca Municipal, inaugurado pelo Secretário de
Estado da Cultura, Dr. Santana Lopes. Precedida por uma "Parada
Infantil" alusiva ao livro, a cerimónia realizou-se durante a tarde
daquele dia, na presença das entidades locais, com visita guiada,
sessão solene no respectivo auditório, entrega de prémios do
concurso de desenhos e textos sobre a Biblioteca, lançamento da
brochura editada pela Câmara Municipal e concerto pela Orquestra de
Câmara de Aveiro.
O imóvel, que foi totalmente reconstruído e adaptado,
conservando-se a sua traça arquitectónica exterior, começou por ter
sido a Caixa Económica de Aveiro e a Delegação do Banco de Portugal
e, ultimamente, recebeu a Escola do Magistério Primário Particular;
as obras importaram em mais de duzentos mil contos.
Sobre a concretização desta obra, o Presidente da Edilidade
diria que o sonho surgira em 1988; vencidas as dificuldades do
percurso, conseguiu-se que a cultura esteja também no centro de
Aveiro, onde as pessoas se movimentam. "Aveiro que tem caminhado
para outros sectores, designadamente os da indústria e do comércio,
- afirmou Dr. José Girão Pereira - não esquecerá as suas raízes
culturais e animar-se-á ainda mais para a realidade do livro"
O Dr. Santana Lopes, no uso da palavra, manifestou a esperança
de que "nenhuma comunidade nem nenhum país vencerão ou
enfraquecerão a cultura portuguesa, que marca a nossa identidade
nacional de oito séculos... desde que continuemos a apostar numa
luta calma, sem atropelos, nas bibliotecas, nos museus e noutros
centros culturais."
O programa de inauguração prolongou-se por toda a semana, com
variadas conferências e com visitas guiadas.
Fonte: http://biblioteca.cm-aveiro.pt/historia.asp
Enigma:
Eu, tal como todos os bibliotecários, não gosto de artigos. Como
tal resolvi criar este enigma para todos os adeptos de bons livros
e do geocaching.
9789722522588
9789722332668
9789897110085
9789724137513
9789892315218
9789724620169
9789896161729
9789892315409
9722514393
9789721040847
9789722046459
9789722344470
9789722034272
9789722520140
9789720041548
9789721034563
9789896570071
9789722519960
9789896411695
9789722338608
9789724618791
9789722038607
9789724152660
9789892309729
9789722522731
9789724620008
9789722908313
9789896571733
9789724617114
9789722333962
9789722519021
9789722522700
9789722029148
9789722520836
9789899519251
A cache: É uma nano cache, sem material de escrita.
Agora é só descobrir o enigma e procurar a cache, mas cuidado
com os muggles.
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