Vilarinho do Bairro é uma terra
bastante antiga. Existem referências a Vilarinho do Bairro já na
primeira metade do século XI. Em 1149, na relação das propriedades
do mosteiro da Vacariça, que ficavam entre-os-rios Vouga e Mondego,
Vilarinho, tal qual Óis, não surge acompanhada do sobrenome
determinativo “Bairro”. Aliás, já em, 1061, Vilarinho
(do Bairro) é referenciada apenas como “ad partem solis
ocasum Vilarinum (“Portugalia Mnumenta Histórica
Diplomata”, página 357). De resto, os párocos, quando faziam
os assentos, por 1600, grafavam apenas Vilarinho.
Vilarinho do Bairro foi do bispado de
Coimbra, de padroado régio, conforme consta do respectivo rol,
entre várias outras igrejas. Há uma das terras que hoje integra a
freguesia, Levira, que foi doada ao Mosteiro da Vacariça, tal como
acontecia com Lázaro, ambas citadas em documento, datado de 1020,
fazendo limite com Vilarinho do Bairro. Como também fazia Samia
(Samel), também já há referências a Vilarinho do Bairro na primeira
metade do século XI.
Terra era importante pois, o rei D.
Manuel I concedeu-lhe foral, aos seis dias de Março de 1515,
constante de onze folhas, criando assim um pequeno concelho
medieval. Nesse Foral que concedia alguma alforria administrativa
aos habitantes, vêm mencionadas terras e lugares que venceram pelo
menos quinhentos anos e outras que terão desaparecido. Estão no
primeiro caso: Torres que produzia pão, vinho e linho, com que
pagavam ao senhorio, o rei, (Torres, tal qual Vilarinho, pertencia,
no século XIV a Martim Lourenço da Cunha, terras que recebera de D.
Afonso IV, por carta de 3 de Fevereiro de 1355, por troca com
Pombeiro da Beira).
Refira-se que esta terra foi designada,
primeiro, de Turres, mais tarde “Torres de Barro” para
se fixar apenas em Torres, passadas algumas centúrias. Melada
(surge como “mallada”), com um casal; Pedreiras, com
três casais; Azenha, com um casal, de Álvaro Eanes que pagava de
foro um alqueire de trigo. Outros nomes de terras surgem na
jurisdição de Vilarinho do Bairro, umas que integraram o concelho e
desapareceram. Por exemplo: Póvoa do Sete, Casal do Paço, Pontava,
onde havia dois casais; Freixial, Casal da Pena, onde havia dois
casais; Arneirinho, onde havia um moinho e o foreiro, João Eanes,
pagava de foro um capão, um alqueire de trigo e a nona parte de
tudo o que era produzido; na Portela, pagava o foreiro um alqueire
de trigo e outro de centeio. Alguns foros, pagos em cereais, tinham
de ser feitos “polla medida de Sangalhos” (isto é, pela
medida de Sangalhos). Outras terras, hoje das maiores, como
Poutena, Banhos, Azenhas, Samel e Levira não surgem no
foral.
Vilarinho do Bairro voltava a ser
concelho pelo Decreto de 8 de Outubro de 1836, constante da reforma
de Passos Manuel, mas por poucos dias. Da manta de retalhos que era
o concelho de Anadia, com pequeníssimos concelhos, o de Vilarinho
do Bairro, era o maior, a seguir ao de Sangalhos. Tinha então 385
fogos e 1820 habitantes. Todavia, o Decreto de 6 de Novembro do
mesmo ano, verificou-se nova reforma administrativa, sendo extinto
o concelho de Vilarinho do Bairro, freguesia que passou a integrar
o de S. Lourenço do Bairro. Entretanto, o Decreto de 31 de Dezembro
de 1853 colocava-a definitivamente no concelho de
Anadia.
Vilarinho do Bairro é uma freguesia
portuguesa do concelho de Anadia, com 25,45 km² de área e 3
224 habitantes (2001). Densidade: 126,7 hab/km².
Situada no coração da Bairrada, a cerca
de 30 km de Coimbra e de Aveiro. Dela fazem parte muitos
lugares, sendo Vilarinho a Capital de freguesia. Nesta aldeia
preza-se por muitos costumes antigos, como as festas populares e o
cultivo da vinha, sendo a sua população um povo muito
humilde.
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