Poço do Manadelo – Rio Âncora
Rio Âncora
O Rio Âncora é um pequeno rio minhoto que nasce na encosta oeste da
Serra D’Arga, na Fonte da Urze, na freguesia de São Lourenço
da Montaria, concelho de Viana do Castelo. A extensão deste rio é
de aproximadamente 19 km e a sua bacia hidrográfica tem 77,0
km2. É limitado a norte pela bacia hidrográfica do Rio
Minho e a sul pela bacia do Rio Lima. Desde a nascente até a
confluência com o Rio Galego, este rio corre em leito rochoso, com
declive acentuado. A partir da freguesia de Freixeiro de Soutelo, o
rio atravessa um vale largo. O caudal médio anual é de
3,20m3/s.
Este rio tem como principais pontos de interesse as suas belíssimas
cascatas, os moinhos e azenhas de água que existem ao longo das
suas margens, bem como a prática de desportos radicais,
nomeadamente, Canyoning e Escalada. Durante o Verão é muito
frequentado por turistas e pelas gentes das diferentes freguesias
para ali refrescarem-se do calor. É composto por alguns açudes que
serviam para levar a água para os terrenos agrícolas e para fazerem
mover os moinhos e azenhas de água que se encontram mais afastados
das suas margens.
A Lenda
Conta a lenda que no tempo em que ainda não havia o nome de
Portugal, a Rainha desta terra, que ia desde a Galiza até Gaia,
tomou-se de namoros com um fidalgo marroquino. Chamava-se a
Rainha D. Urraca e o mouro Alboazar. Bem ela afirmava o seu amor ao
Rei D. Ramiro, mas o coração fugia-lhe
para longe. Um dia a renegada, perdida de amores, fugiu com o
marroquino para um castelo em Gaia,
julgando-se ali segura e feliz!
O pobre Rei D. Ramiro viu-se sem esposa e sem honra! Tal ultraje e
afronta não podia ficar assim. Temia envolver numa guerra todo o
seu exército, aquando a traidora fugisse para mais longe. Por isso
resolveu tomar outras medidas. Vestiu-se de pobre mendigo, e
embarcou numa pequena barca, que foi descendo pela costa até entrar
pelo rio dentro. Aí informou-se da presença da mulher. Era verdade!
Eles estavam naquele castelo, em descurada vigilância, entregues à
paixão.
Assim, numa noite de breu, roubou a esposa enquanto todos dormiam.
Correndo para um navio que ali estava atracado, subiu pelo mar até
um lugar chamado de Gontinhães, na foz
de um pequeno rio, onde atracou para descansar.
Aqui chegado, contou aos seus fidalgos e aos seus filhos a traição
da rainha, pedindo-lhes ajuda para dar a melhor justiça, a tão vil
acto de sua mulher. Todos ouviram com muita tristeza a tamanha
maldade daquela mulher. O Infante D.
Ordonho, com as lágrimas pelos olhos, disse para seu
pai.
- Senhor, a mim não cabe falar, porque é minha mãe! Não digo senão
que olheis pela vossa honra! Mais ninguém ousou dizer alguma coisa
ao Rei. Como era noite, foram todos descansar, deixando a rainha
presa, junto com as mulheres que estavam com ela. No dia seguinte
foram dizer ao Rei que a Rainha estava a chorar.
Logo o Rei disse:
- Vamos vê-la!
Foram todos os seus conselheiros com ele. Quando chegaram junto
dela, perguntou-lhe o rei:
- Porque é que chorais?
- Porque mataste Alboazar, que era muito melhor do que
tu!
Todos ficaram horrorizados com semelhante afronta! O Infante, não
querendo acreditar no que ouvira, só teve tempo para dizer:
- Isto é obra do diabo! Meu pai, o que fareis com ela? Ela
ainda vai fugir novamente!
Então o Rei amarrou a esposa traidora a uma âncora e lançou-a ao
mar.
Orgulhoso, não a deixou nas mãos do inimigo, mas, ofendido na sua
honra, também a não quis para si.
Abandonando D. Urraca no fundo do mar presa à âncora, regressou D.
Ramiro ao seu castelo.
A partir daquele dia, o rio onde tal sucedeu passou-se a chamar
Âncora!
Poço do Manadelo
Este é outro dos poços mais frequentados da zona de S. Lourenço da
Montaria, mas a grande maioria dos seus “utilizadores”
são as pessoas da terra, pois quem por ali passa este poço torna-se
“invisível”, mas é muito apreciado pelas gentes da
terra. É constituído por dois poços, ambos para onde parece ser
impossível saltar ou nadar, mas onde se disfruta muito do Verão e
do calor do Sol.
A cache
A cache é um pequeno container que permite a troca de pequenos
objectos.
