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Percurso: [http://goo.gl/8P7UX]
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Belinho
– Freguesia do concelho de Esposende, distrito de
Braga. Freguesia rodeada, a nascente pelas freguesias de
Forjães e Vila Chã, a Norte pela freguesia de Antas, a Sul pela
freguesia de Mar e a poente pelo Oceano Atlântico é encimada por
dois montes, N. Sr.ª da Guia e monte Crasto, que nos oferecem a
beleza da costa e o brilho do mar como meta no horizonte. Foi este
manancial de beleza natural conjugado com a religiosidade do cume
da Senhora da Guia que fizeram nascer a ideia deste percurso assim
como o nome que lhe foi atribuído. Impõe-se naturalmente como
condição para guiar novos visitantes, seja por terra ou por
mar.
Este
percurso inicia-se, junto à igreja paroquial [1] ao que se segue a
subida do monte por uma pequena escadaria junto das Fontes do
Calvário que tantas recordações encerram, seja pela alegria das
brincadeiras dos mais novos em tempos idos, ou por evocarem o
cheirinho a roupa corada nas ervas em seu redor.
No
início da subida, à esquerda, as ruínas de uma azenha. Única na
região, pertence à Casa da Boavista cujo nome resulta da bela
paisagem que daí se pode alcançar. Atravessamos a urbanização
“Terraços de Belinho” e o Centro Social. Do lado
direito situa-se uma das capelas da Via-Sacra com longos anos de
história [2].
A
descida que se segue encaminha os visitantes pelas ruelas até à rua
que faz parte dos Caminhos de S. Tiago. Lá, pode-se apreciar uma
das casas mais antigas da freguesia: a Casa dos Tenentes. Esta casa
que precede a capela de Santo Amaro [3] ao qual o povo é muito
devoto, por ajudar nas maleitas dos ossos. Quando se vira de novo
para nascente, à esquerda, mesmo junto ao muro, vê-se um dos marcos
da Casa de Bragança que divide as duas freguesias vizinhas (Antas e
Belinho). Continua-se a subida por novas ruelas da encosta que
culmina com a capela de S. Cristóvão [4], venerado por ajudar os
que têm fastio. Antigamente os romeiros levavam como promessa um
saco de pão que teriam de entregar à primeira pessoa que
encontrassem. Em tempos de fome muitos eram os que procuravam estas
bandas para poderem “matar” a mesma. Este Santo é
também o advogado dos viajantes. Daí poderão continuar a
deliciar-se com a linda vista que se vislumbra daquele lugar. Do
lado direito da capela, aparece o caminho a calcorrear para se
poder entrar no interior da mata. Depois da subida, desce-se e
chega-se finalmente à poça dos pinheiros mansos, os quais, neste
momento, já não se encontram por lá.
Chega-se
ao estradão junto da A28 e, depois de percorridas algumas dezenas
de metros, à direita, inicia-se uma subida mais íngreme. Logo de
seguida encontra-se um nicho, conhecido por Senhora dos Campelos.
Aí, algumas crianças diziam ter visto a Nossa Senhora. Continua-se
a subida até à estrada em alcatrão, vira-se à direita para se
visitar a capela da Senhora da Guia [5] que nos oferece uma
paisagem única. Sítio onde se deslocam tantos devotos, a capela da
Senhora da Guia sempre guiou os viajantes e os barcos com o seu
candeeiro alimentado de azeite para que nunca faltasse esse sinal,
visível de muito longe. Pode-se visitar, no local, a gruta do monge
Jóia que viveu por estas bandas no séc. XIX. É também o local
perfeito para fazer uma pequena pausa e renovar as energias, no seu
parque de merenda, espaço perfeito para passar um dia
maravilhoso.
Para
aqueles que não pretendam andar muita distância, apresenta-se a
possibilidade de descer o escadório de granito que vai ter ao local
de saída. Sempre com espírito de aventura, segue-se a subida até ao
ponto de viragem para depois se continuar na estrada. No final da
curva acentuada, à esquerda, aparece a possibilidade de contemplar
a freguesia de Forjães e circundantes e ainda, no meio do mato,
pode ser visto mais um marco da casa de Bragança, que divide as
freguesias de Antas e Belinho. Começa-se a descer e, passadas
algumas dezenas de metros, entra-se num caminho, do lado esquerdo,
um local de mais árvores. Do lado direito pode-se apreciar uma
paisagem soberba. Depois de percorrido o caminho encontra-se um
cruzamento. Viramos à esquerda, entra-se logo noutro, à direita.
Inicia-se aqui o caminho até ao ponto mais alto da localidade, o
Picotinho [6], onde se encontra um marco geodésico e mais uma vez
uma vista maravilhosa: desde o Monte de Santa Tecla, em Espanha às
chaminés da Petrogal, em Leça da Palmeira (um ângulo de visão de
200km). Nos dias mais límpidos pode-se ainda avistar o monte do
Sameiro, em Braga.
Aparece
agora uma descida onde se encontram pequenos espaços do caminho em
paralelo. Caminho muitas vezes pisado pelas mulheres que levavam
almoços e merendas à cabeça, nos seus bonitos cestos de juta e
verga, aos seus maridos trabalhadores da pedra (granito). É uma das
profissões mais tradicionais desta terra, que deu origem a grandes
canteiros e a escultores da mesma. Chega-se de novo à povoação onde
se encontra o marco do Rei , divisória das freguesias de Mar e
Belinho. Percorre-se agora um dos caminhos de S. Tiago que
atravessa a freguesia, até ao adro da igreja de onde se saiu
provavelmente há cerca de três horas atrás.
Termina
assim o percurso! Oferece a qualquer caminheiro a possibilidade de
carregar consigo bonitas imagens da natureza envolvente desta
região e dos locais de fé deste povo nortenho e historicamente tão
devoto.
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