PERCURSO PEDESTRE DAS MEGALÁPIAS
HISTÓRIA E FACTOS…
O concelho de Alvaiázere, à semelhança de outros territórios do interior do pais, oferece a quem o visita, locais de beleza impar ao nível do património natural e edificado sendo exemplo disso a Serra de Alvaiázere (com as suas formações cársicas e o povoado da idade do Bronze), a Nascente do “Olho do Tordo”, as aldeias rurais de Ramalhais, Relvas (Rego da Murta), Lumiar, Paredelas, Boca da Mata, Mata , Bofinho, Ariques, Conhal, Sigoeira, entre outras.
Referenciado pelo escritor Miguel Torga como um dos locais onde escrevera textos para a edição XII do seu “Diário”, o lugar do Bofinho, localizado no extremo meridional da Serra de Alvaiázere, mantem, ainda hoje, o traçado e a disposição de outrora, nomeadamente ruas estreitas ladeadas por muros em pedra, fontes, alminhas, Capela, casas rurais de pequenas dimensões, contrastando com algumas famílias mais abastadas, entre outras.
As casa eram habitações simples, de planta quadrangular, geralmente térreas, construídas predominantemente em pedra e madeira, materiais que a natureza oferece em abundância e que o Homem ao longo das gerações soube aproveitar. Eram caracterizadas por dispor de uma cozinha (com lareira com chaminé ou lareira de “burra”, quase sempre feita em telha vã, com 2 ou 3 telhas de vidro para darem luz, uma sala, a sala de “entrada” ou sala de “fora” e 1 ou 2 quartos. Os anexos serviriam de currais dos animais. Na maioria delas são ainda visíveis a eira e a casa da eira.
Esta aldeia, outrora habitada por inúmeras famílias, apresenta atualmente uma fraca densidade populacional.
Vivendo sobretudo da agricultura de subsistência e da exploração de ovinos e caprinos a população residente, na sua maioria idosa, mantêm vivos alguns dos usos e costumes tradicionais, nomeadamente a apanha da azeitona, a vindima, o cultivo do chícharo, a matança do porco, a confeção do queijo de cabra, a produção de vinho e azeite caseiros, entre outros.
O PERCURSO
O percurso pedestre do Bofinho, ou das Megalápias, é um percurso circular que integra a Rede Natura 2000, com inicio e fim na antiga Escola Primária do Bofinho.
Tem uma distância total de 13,4 quilómetros que demoram cerca de 4 horas e 30 minutos a serem percorridos, dependendo da velocidade a que for realizado. È aconselhada a sua realização no sentido dos ponteiros do relógio.
Não é aconselhada a utilização de viaturas TT nem BTT visto que parte dos trilhos não permitem a progressão.
É aconselhado para qualquer estação do ano, desde que adaptadas devidas precauções às condições atmosféricas.
A dificuldade do percurso, de 0 a 5 apresenta os seguintes valores: 1 na adversidade do meio, 2 na orientação, 2 no tipo de piso e 3 no esforço físico.
A altura máxima que o percurso atinge é de 512m e a mínima de 192m, num desnível de acumulado de 390m.
Saindo da escola, em direção à serra de Alvaiázere, o percurso passa pela aldeia do Bofinho, convidando a contemplar alguns pormenores característicos da arquitetura rural da região.
Entre a Aldeia do Bofinho e o Bofinho, encoberta por uma densa vegetação, encontra-se a mais emblemática depressão (funil) da região de Alvaiázere/ Ansião: a “Dolina do Bofinho”.
Um pouco mais à frente avista-se a imponente “Fórnea do Bofinho” ladeada por um extenso olival.
Prosseguindo o caminho, em direção a este, circunda-se a Serra de Alvaiázere, até se avistar a histórica Vila de Alvaiázere.
Alcançado esse ponto, e após uma descida seguida de um trilho que emerge numa mancha de carvalho cerquinho, o trajeto guia até à Capela de Nossa Senhora dos Covões (GC3FKM0).
Ai, além de se puder disfrutar da paisagem e do monumento é um ótimo local para restabelecer forças e repousar o corpo e a mente.
Retomado o percurso, prossegue-se por um trilho que “rasga” a Serra de Alvaiázere e que conduz até à Mata, onde se podem observar as invulgares formações calcárias, as Megalápias.
Rumo ao Bofinho, por um trilho junto ao leito da ribeira da Barroca, são dadas a conhecer outras características e particularidades da região.
Junto à fonte do Bofinho fazemos um pequeno desvio ao PR3 AVZ para vos dar a conhecer o “Olho do Tordo” (GC2Q1RF) que é uma nascente que nos meses de inverno dá origem numa ribeira que desagua no Rio Nabão. Local de invejável beleza onde ainda se podem observar alguns moinhos de água ou as suas ruinas, os quais eram utilizados para moer cereais transformando-os em farinha. Neste pequeno desvio encontram-se 2 caches, entre as quais a Bónus cache.
NORMAS DE CONDUTA
· Seguir somente pelos trilhos sinalizados;
· Cuidado com eventual gado que possa surgir;
· Evitar barulhos e atitudes que perturbem a paz do local;
· Não danificar a flora;
· Não abandonar o lixo, depositando-o nos locais adequados;
· Respeitar propriedades privadas;
· Não fazer lume;
· Ser afável com os habitantes locais, esquecendo quanto à atividade em curso e às marcas do PR.
CONSELHOS PARA UMA BOA MARCHA
> Calçado cómodo e já habituado ao pé, preferencialmente botas de marcha;
> Meias macias e sem costuras;
> Use roupa leve, adequada à época e ao estado do tempo; chapéu ou boné e um impermeável ou roupa de abafo;
> Uma pequena mochila com farnel (sandes, sumos, chocolate, fruta e água)
> Não vá só. Leve família e os amigos
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