A Agualva terá sido constituída em paróquia por volta de 1588, tendo a primitiva igreja sido fundada na ermida que ali havia, dedicada a Nossa Senhora de Guadalupe e fundada por João Homem da Costa, também conhecido por João Homem de Guadelupe. Segundo refere Gaspar Frutuoso, era «Nossa Senhora de Guadelupe de grandíssima romagem de todas as ilhas dos Açores, na qual por intercessão de Nossa Senhora se fazem muitos milagres». Diz também Frutuoso haver nesta freguesia «muitas águas de fontes e ribeiras e nela estão oito moinhos que servem a vila da Praia e a todos os moradores que vivem em esta comarca da dita vila da Praia até este lugar».
Existiram nesta freguesia as ermidas de Santa Maria Madalena, de S. Pedro e de Nossa Senhora de Lurdes. O actual templo, de estilo neo-gótico e com uma única nave, foi benzido em 1939, pelo bispo D. Guilherme Augusto da Cunha Guimarães, sendo pároco o reverendo José Luís da Rocha, natural desta freguesia. Conheceu obras de beneficiação (douramento dos altares, pintura dos tectos da nave e da capela-mor e novos púlpitos) na década de 60 do século XX, por iniciativa do então pároco, padre José Nunes Coelho de Meneses. Mais tarde, nos anos 80, beneficiou de obras de reconstrução e consolidação, dado que sofreu danos provocados pelo sismo de 1 de Janeiro de 1980, na altura em que era pároco da Agualva o reverendo Fernando Gomes.
A freguesia dispõe de ensino primário (1º ciclo) desde 1858, inicialmente só para rapazes, tendo os primeiros lugares de professor para o ensino feminino sido criados em 1897. Actualmente as aulas são ministradas na escola do centro da freguesia e na escola dos Outeiros, funcionando em ambas a educação pré-escolar.
A Sociedade Filarmónica do Espírito Santo foi fundada em 1922, embora se creia que tenha iniciado a sua actividade em 1921 na despensa do império, com instrumental emprestado. Estreou-se publicamente em 1922, com instrumental próprio, adquirido por um dos seus impulsionadores, o Dr. Ávila Gonçalves, que faleceria pouco tempo depois, no combate à epidemia de peste bubónica que então grassou na Terceira. Esta não foi, no entanto, a primeira filarmónica da freguesia, dado que em 1868 foi fundada uma banda, denominada Agualvense, que se manteve em actividade durante dezoito anos, até 1886.
Nos anos sessenta do século XX, a freguesia conheceu um notável surto de desenvolvimento social, impulsionado pela acção dinâmica e mobilizadora do reverendo Coelho de Meneses. Foi por sua iniciativa que se realizou nesta freguesia, em 1963, 1966 e 1969 o Auto da Paixão de Cristo que, envolvendo perto de uma centena de personagens, recriou ao vivo, em cenários naturais e com dramatizações plenas de realismo, os passos da paixão e morte de Cristo. Para os presenciar, acorreu muita gente de toda a ilha, tendo os órgãos de comunicação social, escrita e falada, da Terceira e de Lisboa, dado grande destaque ao evento. A TV americana também cobriu o acontecimento. Foi ainda pela acção do Padre Meneses que se fundou na Agualva um agrupamento de escuteiros, uma escola comunitária, se impulsionou a prática do desporto e se promoveram Cursos de Extensão Agrícola e Familiar. Foi também por sua iniciativa que se construíu o Centro Paroquial, remodelado entre os anos 2000 e 2002, quando era administrador paroquial o padre António Saldanha.
A Agualva tem Casa do Povo e um grupo folclórico, denominado Água-alva, que já editou um CD com música regional terceirense e um DVD com manifestações etnográficas. O Grupo Desportivo e Recreativo da Agualva está em fase de reanimação.
Mais informação em agualva.net
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