A nossa primeira multi é dedicada à agua, esse líquido tão precioso e vital à vida humana. Nunca é demais lembrá-lo e, vai daí, decidimos propor uma visita a dois locais emblemáticos de Miranda do Douro e os quais, estranhamente, não são muito conhecidos até dos próprios habitantes desta bela cidade transmontana. As coordenadas iniciais são da Fonte dos Canos, à qual se chega depois de atravessarmos a Ponte dos Canos. Trata-se de uma ponte medieval de tabuleiro plano com uma largura máxima de quatro metros, assente em três arcos quebrados desiguais, sendo o arco central o maior. Apresenta ainda dois talha-mares altos e guardas de alvenaria de xisto, rematadas por silhares graníticos. Localizada sobre o rio Fresno, faz parte de uma antiga estrada que ligava Miranda do Douro a Duas Igrejas.
Quanto à Fonte dos Canos, um bom exemplar do estilo barroco em cantaria, do tipo relicário, sustentado por pilares de secção quadrada e com um alpendre de planta quadrada. Encontra-se coberto por um telhado piramidal, em escama. Sobre a cornija, encontra-se um painel às Almas, de orla emoldurada e com remate superior em verga curvada na parte central, em forma de arco abatido, tendo na base uma inscrição.
Observem e tomem notas:
- A - Número de bicas da fonte
- B - Número de almas que ardem no purgatório
- C - Dois últimos algarismos (dezenas e unidades) do ano referido na pedra por cima da fonte
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Depois de recolherem estes dados, proponho que sigam viagem para o Aqueduto do Vilarinho. Este património, ainda que raro, é pouco conhecido por quem demanda ao Nordeste Transmontano e, também, pela própria população da região. Mas o certo é que, no Norte do país, o Aqueduto do Vilarinho só tem paralelo em Vila do Conde, mas nem por isso integra os roteiros turísticos de Trás-os-Montes e, muito menos, de Portugal.
A sua importância reside no facto de ter sido uma infra-estrutura extremamente imprescindível para as gentes de Miranda e por se tratar de um imóvel tão raro. A partir de certa altura Miranda do Douro viu a população aumentar de um modo galopante. Comerciantes, diversas entidades religiosas e militares, assim como um vasto conjunto de personalidades intelectuais instalam-se na recentemente elevada a cidade, o que faz aumentar as suas necessidades.
Até então, a água era colhida em poços, processo pouco adequado à situação geográfica da cidade, uma vez que Miranda do Douro estava permanentemente em perigo de ser atacada pelos exércitos castelhanos e, por isso, a população dentro das muralhas necessitava de água potável em tempo de guerra. Parte da população, a mais abastada da região, possuía poços de corda e roldana junto das suas habitações ou, até mesmo, dentro das casas. Contudo, os habitantes mais pobres não tinham condições de possuir ou construir as cisternas.
É com base nestas circunstâncias que os habitantes exigem a construção de um aqueduto. A captação era feita em Vale de Mira e a ligação vai até ao rio Fresno, onde desagua. Erguido com pedras mirandesas, o monumento tem vários anéis redondos, todos desiguais, num comprimento total que ascende aos 500 metros. Com a construção do imóvel, resolveu-se o problema da carência de água e das doenças provenientes da falta de qualidade e salubridade do precioso líquido.
Observem e tomem notas
- D - Século em que foi mandado contruír o aqueduto
- E - Quantos arcos tem o aqueduto
- F - Durante quantos séculos o aqueduto forneceu água a Miranda
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Recolhidos todos os dados, façam então as seguintes contas de forma a chegarem às coordenadas finais:
41º.(26+A).B(C-41)
006º.(D+1).(E-4)(24-F)
Espero que passem um bom bocado ao conhecer este património da minha terra adoptiva.
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