MOINHOS DE POMBAL

Sendo a freguesia a que, proporcionalmente, maior orla fluvial dispõe, em todo o concelho, é importante dedicar a este nosso Rio Douro – o segundo maior que desagua em Portugal – uma particular atenção. Ele foi, até 1930, a nossa “ estrada “ para o Porto. Também por este facto merece que lhe dediquemos, neste espaço, um lugar destacado. Antes de ser sujeito à construção de grandes barragens, foi sempre um rio perigoso e indomável. No Inverno, com os elevados caudais de cheia e, no Verão, com reduzidos caudais, a navegabilidade era muito difícil e, por vezes, mesmo impossível. De Dezembro a Maio a navegação só era permitida a embarcações de calado ate 1,19 metros mas, de Junho a Novembro, as embarcações não podiam exceder 0,45 metros de calado e a sua capacidade de carga estava limitada a 2 toneladas. No que diz respeito às cheias do Douro, considera-se a de 1526 como a mais antiga de que há noticia. Quanto às maiores cheias de que há registo a de 1739 apresenta-se como a maior de todas, seguida das de 1909, 1779, 1962, 1860, 1727, 1788 e 1978, respectivamente. Com a construção das barragens ao longo do Douro, no decurso do último quarto do Século XX, este poderoso curso de água tornou-se um via de navegação, para fins turísticos e comerciais, moderna, segura e disponível durante todo o ano.
Longe vão os tempos em que, para descer o Douro, entre a foz do Rio Tua e Vila Nova de Gaia, eram precisos dois dias e entre cinco a dez dias para o mesmo percurso, em sentido contrário. Nesse tempo, os maiores barcos, que só navegavam de Dezembro a Maio, tinham um comprimento máximo de 20 metros a uma tonelagem que atingia nalguns casos 45 toneladas. As mercadorias transportadas eram sobretudo o vinho fino proveniente da Régua. Entre Castelo de Paiva e a cidade do Porto as lenhas e o carvão tinham um peso significativo na navegação fluvial. Hoje o rio oferece–se à actividade turística funcionando como a via preferida dos turistas nacionais e estrangeiros que, sobretudo na Primavera e Verão, em grandes e confortáveis embarcações percorrem o seu curso, à busca das deslumbrantes paisagens do vale vinhateiro duriense. Esta via fluvial, um pouco à semelhança de alguns rios da Europa, permite agora a circulação de navios fluviomaritimos de carga, que têm vindo a transportar sobretudo granitos da zona de Marco de Canavezes. Como reverso da medalha há que realçar que a construção das barragens provocou a perda ou drástica redução das espécies piscícolas migratórias como a lampreia e o sável. Como em quase tudo na vida as intervenções humanas trazem ganhos e perdas.
Outros cursos de água em Medas, afluentes do Douro e o seu papel na economia local.
À excepção do rio Douro, todos os cursos de água da freguesia são designados por ribeiros ou regatos e, na sua grande maioria, estão orientados de Nascente para Poente. Pode considerar-se a existência de 11 cursos de água com estas características sendo certo que, na sua maior parte, no Verão quase secam. Mesmo assim, estes ribeiros, submetidos a trabalhos de protecção das margens e a obras hidráulicas ligeiras foram fonte de energia para dezanove moinhos e 3 serrações de madeira. Na sua grande maioria estes moinhos não funcionavam no Estio sendo imprescindível, nesse tempo, recorrer aos moleiros que tinham os seus moinhos instalados no rio Sousa, nas freguesias próximas de Covêlo e de Aguiar de Sousa. Houve, a propósito, um moinho de vento, no sítio do Monte do Outeiro da Igreja, do qual só restam, agora, as ruínas das fundações. Acerca dos ribeiros ou regatos, vamos aqui apresentar uma relação dos existentes e dos respectivos moinhos:
Ribeiro do Corgo da Fonte – Não se lhe conhece qualquer moinho
Ribeiro do Bouço – 6 moinhos
Ribeiro do Pau Cortado
Regato do Vale Loureiro
Ribeiro de Vila Cova – 5 Moinhos e 1 serração (Paço)
Ribeiro do Carreiro
Ribeiro do Vale Castanheiros – 2 moinhos
Ribeiro da Formiga – 2 moinhos e 1 serração
Regato do Gavinho – 2 moinhos
Regato da Póvoa – 1 moinho e 1 serração
Ribeiro dos Corgos – 1 moinho
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