Vila Nova de Gaia é um município português no Distrito do Porto, Região Norte e sub-região do Grande Porto. Pertence ainda à Grande Área Metropolitana do Porto.
A cidade está localizada na margem sul da foz do rio Douro. As caves do famoso vinho do Porto ficam localizadas neste concelho.
Formada originalmente a partir de duas povoações distintas, Gaia e Vila Nova, foi elevada a cidade a 28 de Junho de 1984.
A ligação à cidade vizinha do Porto é particularmente forte, e não apenas através da partilha do património comum do Vinho do Porto: no passado as famílias burguesas e nobres do Porto tinham em Vila Nova de Gaia quintas e casas de férias. Devido ao forte crescimento económico e melhoria das comunicações com a margem norte nas últimas décadas, Vila Nova de Gaia progressivamente acolheu população que trabalha diariamente no Porto.
Origens
A origem de Vila Nova de Gaia remonta provavelmente a um castro celta. Quando integrada no Império Romano, tomou o nome Cale (ou Gale, uma vez que no Latim Clássico não há uma distinção clara entre as letras e o som 'g' e 'c'). Este nome é, com grande probabilidade de origem Céltica, um desenvolvimento de 'Gall-', com a qual os Celtas se referiam a eles próprios (outros exemplos podem ser encontrados em 'Galicia', 'Gaul', 'Galway'). O próprio rio Douro (Durus em latim), é igualmente celta, construído a partir do Celta 'dwr', que significa água. Durante os tempos romanos, a grande maioria da população viveria na margem sul do Douro, situando-se a norte uma pequena comunidade em torno do porto de águas fundas, no local onde se situa agora a zona ribeirinha do Porto. O nome da cidade do Porto, posteriormente, 'Portus Cale', significaria o Porto ('portus' em latim) da cidade de Gaia. Com o desenvolvimento como centro de trocas comerciais, a margem norte acabou por também crescer em importância, tendo-se aí estabelecido o clero e burgueses.
Com as invasões mouras do século VII D.C., a fronteira 'de facto' entre o estado árabe e cristão acabou por se estabelecer por um longo período de tempo no rio Douro, por volta do ano 1000. Com os constantes ataques e contra-ataques, a cidade de Cale, ou Gaia, perdeu a sua população, que se refugiou na margem norte do Rio Douro. Uma das lendas mais associadas a Gaia refere-se ao confronto entre o rei cristão D. Ramiro, e o rei mouro Albazoer, despoletado por pretensões amorosas.[2] Após a conquista e pacificação dos territórios a sul do Douro, por volta de 1035, com o êxodo e expulsão das populações Muçulmanas, deixando terras férteis abandonadas, os colonos estabeleceram-se novamente em Gaia, em troca por melhores contratos feudais, com os novos senhores das terras conquistadas. Esta nova população refundou a antiga cidade de Cale com o nome de Gaia em torno do castelo e ruínas da velha 'Gaia'.
O nome das duas cidades de Porto e Gaia era frequentemente referida em documentos contemporâneos como 'villa de Portucale', e o condado do Reino de Leão em torno da cidade denominado Portucalense. Este condado esteve na origem do posterior reino de Portugal.
Geografia
Com 168,7 km² de área é o maior concelho do Grande Porto. Subdividido em 24 freguesia, está limitado a norte pelo município do Porto, a nordeste por Gondomar, a sul por Santa Maria da Feira e Espinho e a oeste pelo oceano Atlântico. Este contexto permite-lhe ser um concelho de grandes contrastes, entre zonas interiores, rio e mar, bem como entre áreas urbanas, industriais e rurais.
Em termos aquíferos para além das marcantes orla atlântica e a zona fluvial do Douro, atravessam o concelho inúmeras ribeiras. Destaca-se ainda o rio Febros, que atravessa as freguesias de Pedroso e Avintes.
Embora com uma morfologia acidentada e muito desnivelada, o ponto mais alto do concelho situa-se a 261 m. Entre outros pontos, podem-se ainda citar o Monte da Virgem e a Serra de Canelas.
Os depósitos marinhos mais elevados situam-se, actualmente pelo 100–110 m e 120–130 m. Considerados Pré-Sicilianos surgem com frequência, apresentando geralmente uma grande espessura, como é possível observar em Canelas. O nível de praia imediatamente inferior (80-90m) encontra-se essencialmente no norte do concelho, na área de Canidelo e Afurada e ainda na freguesia de Arcozelo.
Paralelamente à linha da costa actual, surgem-nos pequenos retalhos do nível de 60–70 m de altitude, enquanto que o de 30–40 m se estende quase numa mancha contínua, desde Lavadores até ao limite sul do concelho. Entre a Praia da Madalena e a Praia da Granja, surgem-nos alguns depósitos a 15–30 m, enquanto que os de 5–8 m só é possível observá-los numa área muito localizada entre a Praia de Valadares e a Praia de Miramar.
Relativamente aos materiais constituintes dos depósitos de praia da plataforma litoral, a inexistência de estudos sobre as suas características sedimentológicas não permite uma abordagem tão profunda quanto seria desejável.
Todavia pode referir-se que na generalidade se verifica um predomínio de calhaus de quartzo e quartzite, relativamente bem rolados, apresentando dimensões várias nos diferentes níveis de praias e por vezes no mesmo depósito, encontrando-se envolvidos num material arenoso mal calibrado e ainda uma matriz argilosa.
Demografia
Presentemente é o terceiro município mais populoso de Portugal, e o mais populoso na região Norte, com 302.296 habitantes (2011), dos quais aproximadamente 180.000 são residentes urbanos, distribuídos essencialmente em Mafamude, Santa Marinha, Oliveira do Douro e Canidelo. As freguesias que formam a cidade de Vila Nova de Gaia são: Mafamude, Santa Marinha, Afurada, Canidelo, Madalena, Valadares, Gulpilhares, Vilar do Paraíso, Vilar de Andorinho e Oliveira do Douro.

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