O Aviador Traditional Geocache

Em tempos existiu um destemido Aviador lá para os lados de Penacova. Por entre as suas várias missões e aventuras, regressava a esta Vila de forma clandestina. Quando aterrava o seu avião nas águas do Mondego, atracava no areal do Reconquinho e apresava-se para os braços da sua amada Ofélia.

Pouco antes do final da primeira grande guerra o Aviador decide construir um refúgio onde viveria dias de paz com sua amada Ofélia. Daquele seu promontório poderia apreciar toda a beleza da paisagem, a Vila de Penacova, deslumbrar o Mondego, avistar o Buçaco, o Caramulo e em dias limpos a Serra da Estrela.
Mas este seu projeto subitamente foi abandonado… no que seria a sua última incursão, o aviador acaba por se despenhar nas águas frias do Atlântico e nunca mais é visto. Do avião apenas conseguem recuperar dois destroços que prontamente são entregues a Ofélia, para esta pudesse assim realizar o seu luto.

A perda do seu amado é um choque do qual Ofélia nunca mais se refaz. Diariamente Ofélia leva os destroços até Moinho do Aviador para relembrar o seu amor, o que eles tinham vivido e o que poderiam ter vivido juntos. Um dia durante uma dessas caminhadas, Ofélia simplesmente desaparece…
Os populares ainda hoje relembram a historia e dizem que ela continua por lá na sua caminhada. 

Os últimos pensamentos de Ofélia foram sobre o Aviador, ficaram escritos e ainda hoje são recordados...

"É um homem! Deixou lá em baixo todo o fardo pesado e o vil com que o carregaram ao nascer; deixou lá em baixo todas as algemas, todos os férreos grilhões que o prendiam, toda a suprema maldição de ter nascido homem; deixou lá em baixo a sua sacola de pedinte, o seu bordão de judeu Errante, e, livre, indómito, sereno, na sua mísera couraça de pano azul, estendeu em cruz os braços que transformou em asas!"