Filho de Domingos Garcia e de Antónia Peres, ambos espanhóis, nasceu na vila alentejana de Moura, no dia 4 de Agosto de 1812. Estudou no Colégio Universitário do Sacro Monte, em Granada, onde se distinguiu como aluno. Licenciou-se em medicina, obtendo o doutoramento mais tarde.
Em 1839, regressou a Portugal e revalidou o diploma de medicina, obtido em Cádis, perante a Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e foi colocado como médico municipal em Alcácer do Sal. Em 1846 casou com Maria Amália Albino, filha do proprietário setubalense Agostinho Maria Albino, agente do antigo monopólio do tabaco.
Assim, instalou-se em Setúbal onde exerceu as funções de Guarda-Mor da Saúde até 1863.
Entrou na política por pressão do sogro e não por seu desejo, pois era pouco dado a discursos e nunca chegou a inscrever-se num partido político.
Logo que foi eleito deputado, o Dr. Garcia Peres dirigiu-se aos eleitores, agradecendo a confiança que nele depositaram, ao elegê-lo pela quarta vez para ser seu representante no Parlamento.
O Dr. Garcia Peres era um homem culto, mas sem dom de palavra; não proferiu um único discurso no Parlamento, nem mesmo consta que falasse em público. No entanto, teve a honra de assinar, como deputado pelo círculo, o decreto que elevou Setúbal a cidade, no dia 19 de Abril de 1860.
Como médico do Hospital da Misericórdia de Setúbal, no dia 9 de Janeiro de 1889, emitiu um parecer sobre as condições favoráveis do edifício destinado às novas instalações da instituição, no antigo convento de Jesus.
Em Novembro de 1877 foi o primeiro proposto para a vereação da Câmara de Setúbal, pelo Partido Progressista, contra o então presidente, António Rodrigues Manitto, que voltou a ser eleito.
Redigiu o Catálogo Razonado, biográfico e bibliográfico, de los autores portugueses que escribieron en castelhano, publicado em Madrid, no ano de 1890, com parecer dado, em 1887, pela Academia Espanhola. Em 1892, Teófilo Braga lavrou um parecer no qual aconselhava à Academia das Ciências de Lisboa a publicação do Catálogo Razonado.
Escreveu ainda sobre a Roda do Sal, com cuja liberalização não concordava.
Era membro da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa e correspondente da Real Academia Espanhola. Tinha as veneras de comendador de Isabel a Católica e de Carlos III.
Faleceu no dia 27 de Janeiro de 1902.