Era uma vez uma linda menina que vivia numa aldeia do bosque e de quem todos gostavam muito por ser muito boa e simpática.
Um dia a mãe ofereceu-lhe um computador Magalhães para ela levar para a escola. Ela usava o computador Magalhães nos vários trabalhos que tinha na escola. Era uma excelente aluna.
No trajeto e como era hábito, a menina cumprimentava os animaizinhos, pois conhecia-os e era amiga de todos. Como usava sempre um capucho de cor vermelha eles começaram a tratá-la por Capuchinho Vermelho.
Um dia a mãe chamou-a e disse-lhe:
- Tens aqui uma cesta com um presente para levares à avozinha que não anda muito bem de saúde. Toma cuidado: não te detenhas no caminho e não fales com desconhecidos.
- Podes ficar descansada, mãezinha, farei como dizes - prometeu Capuchinho Vermelho.
Ia ela muito contente quando, a certa altura, encontrou um lobo. Este, com uma voz muito melada, disse-lhe:
- Olá, bela Capuchinho! Nem imaginas como desejava conhecer-te.
A menina ao ouvir isto ficou muito surpreendida, pois achou que o lobo não era tão feroz como toda a gente dizia. Apesar disso respondeu-lhe:
- O senhor lobo desculpe-me mas a minha mãe proibiu-me de falar com desconhecidos.
- Desconhecido, eu? Sou a mais popular de todas as criaturas do bosque, não deves fazer caso do que dizem. Isso é treta das más-línguas. Onde vais com essa cesta?
- Vou ver a minha avozinha que está doente e levar-lhe este presente que a minha mãe preparou.
- E onde vive a tua avozinha?
- Vive para lá do moinho, numa casa à beira do lago, junto a uma grande árvore.
O lobo já com água na boca pensou:
- Que maravilha. Pelo cheiro o presente deve ser delicioso, tenho que me apoderar dele. Acompanhou Capuchinho e a certa altura disse-lhe:
- Penso que também eu deveria visitar a tua avozinha, uma vez que ela está tão adoentada, não te parece?
- Sim, sim, acho que ela ficaria muito contente.
- Olha, tu vais por este caminho e eu vou por aquele. Veremos quem chega primeiro, - disse-lhe o lobo.
- Como eu sou esperto e como foi fácil convencê-la, pensou o lobo, ela vai pelo caminho mais distante e assim eu terei tempo de chegar antes.
O lobo correu então em direção à casa da avó de Capuchinho Vermelho. Uma vez lá chegado bateu à porta e a avozinha perguntou:
- Quem é?
- É o Capuchinho Vermelho, respondeu-lhe o lobo, trago-lhe um presente; abra a porta por favor.
- Entra, minha netinha, a porta está só no trinco.
O lobo abriu a porta e sem dizer nada foi ao quarto da avozinha e comeu-a. A seguir vestiu as suas roupas, enfiou a touca, colocou no nariz os óculos da avozinha e meteu-se dentro da cama, cobrindo-se com uma manta.
Capuchinho, depois de muito caminhar, pois viera pelo caminho mais longo, chegou finalmente a casa da avó; ficou muito surpreendida por encontrar a porta aberta.
- Bom dia. Está alguém em casa? - Perguntou ao entrar.
Como ninguém lhe respondeu, dirigiu-se ao quarto e aproximando-se da cama, não reconheceu o lobo, pois ele estava disfarçado com as roupas da avozinha. Notou contudo que havia algo diferente e disse:
- Avozinha estás com umas orelhas tão grandes!
- São para te ouvir melhor.
- E tens uns olhos tão grandes!
- São para te ver melhor.
- E os teus braços são tão grandes!
- São para te abraçar melhor.
- E tens uma boca tão grande!
- É para te comer a ti e ao teu presente.
E nisto o lobo saltou da cama e engoliu a pobre Capuchinho Vermelho, que nem teve tempo de ter medo e comeu o presente que ela levava. Voltou depois a deitar-se e adormeceu profundamente, ressonando muito alto.
Um caçador que por ali passava, ao ouvir todo aquele barulho, pensou:
- Esta velhinha não ressonava desta maneira! Vou mas é ver o que se passa.
Entrou no quarto e deparou com o lobo a dormir profundamente.
- Até que enfim que te encontrei. Procuro-te há tanto tempo!
E quando ia a pegar na arma lembrou-se que o malvado podia ter comido a avó e que talvez ainda a pudesse salvar. Pegou na faca e... zás, abriu-lhe a barriga e de lá saiu Capuchinho Vermelho. Logo a seguir saiu a avozinha, ainda com vida mas respirando com muita dificuldade.
Depois de contarem ao caçador o que se tinha passado, Capuchinho saiu a correr e foi apanhar pedras, encheu com elas a barriga do lobo e a avó coseu a pele.
O lobo, quando acordou e viu o caçador, que disparou para o chão, fugiu a correr em direção ao lago, e quando se atirou à água para fugir a nado, com o peso das pedras foi parar ao fundo e afogou-se, com o que até nada se perdeu, pois ele era um lobo mau a valer.
Então a avozinha disse para a Capuchinho:
- Vai à dispensa e arranja alguma coisa para o lanche do nosso salvador.
Depois de ter comido, o caçador disse:
- Vamos, Capuchinho, vou acompanhar-te a casa, não vá andar por aí outro lobo malvado.
Ao chegaram a casa, Capuchinho Vermelho contou à mãe todas as peripécias que lhe tinham acontecido, pedindo-lhe desculpa por ter desobedecido às suas recomendações e prometendo nunca mais o voltar a fazer.
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