A freguesia da Pala, uma das maiores do concelho de Mortágua, encontra-se na parte norte do concelho, embora a sua grande extensão a transporte quase até à sua parte central. Para norte, confina com o distrito de Aveiro e com o concelho vizinho de Tondela. Dentro de Mortágua, é delimitada a ocidente por Espinho, a leste por Sobral e a sul por Vale de Remígio. É constituída pelos lugares de Carvalhal, Eirigo, Laceiras, Linhar de Pala, Macieira,Monte de Lobos, Moutinhal, Ortigosa, Pala, Palinha, Palheiros de Cima, Palheiros de Baixo, Paredes, Sardoal, Sernadas, Tarrastal e Vila Pouca.
Em 1810, durante a terceira Invasão Francesa, a Pala sofreu os efeitos da fúria devastadora das tropas de Massena. A Igreja Matriz foi a primeira vítima. Invadida e saqueada, salvou-se no entanto o maior bem, a cruz processional em prata que ainda hoje é usada no Domingo de Páscoa. Antes de fugir, o pároco, avisadamente, tinha-a escondido dentro do forro.
Em termos de património edificado, merece destaque a Igreja Paroquial da Pala, consagrada a S. Gens. É um templo de planta longitudinal, com torre sineira adossada ao alçado lateral direito. As fachadas são circunscritas por pilastras com pináculos e remate em cornija. No que diz respeito à fachada principal, é rasgada por portal de verga recta, encimado por friso e cornija. Por cima, uma janela de perfil rectilíneo. O remate da fachada é em empena, com cruz latina no vértice. Quanto à torre sineira, tem três registos, os dois primeiros cegos e o terceiro rasgado por sineiras em arco de volta perfeita. Remate em cornija e pináculos. Cobertura em coruchéu bolboso. A importância do culto de S. Gens na história da freguesia é significativa. Aliás, a freguesia ter-se-á chamado noutros tempos S. Gens. A sua festa realiza-se anualmente no mês de Agosto. S. Gens é o padroeiro dos agricultores, evocado contra a seca.
Na parede da igreja encontra-se um relógio de sol em excelente estado de conservação e que funciona na perfeição.
|