Palácio Vale Flor - Rua Jau
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Difficulty:
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Terrain:
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Size:
 (micro)
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Erguido no alto de Santo Amaro no início do século XX, o Palácio Vale Flor é um dos mais bonitos edifícios palacianos da Lisboa romântica. Foi mandado edificar por José Constantino Dias, emigrante português que enriqueceu como fazendeiro em São Tomé e Príncipe e que, regressado a Portugal, recebeu do rei D. Carlos o título de Marquês de Valle Flôr. O terreno escolhido pelo novo marquês para edificar o seu sumptuoso palacete havia sido comprado em 1890, numa época em que o bairro residencial de Santo Amaro crescia à sombra da actividade fabril de Alcântara, a compasso da malha urbana da cidade, que conheceu uma franca expansão em núcleos exteriores ao centro histórico situado na Baixa. O projecto foi entregue ao arquitecto Nicola Bigaglia, e em 1904 iniciou-se a construção do edifício. No entanto, o arquitecto italiano faleceu em 1908, sendo então contratado para dirigir os trabalhos o português José Ferreira da Costa, que lhe fez alterações substanciais, às quais se juntaram detalhes decorativos executados por Ventura Terra. Neste ano edificava-se já o espaço das cocheiras, independente e fronteiro ao palácio, iniciando-se também a estrutura de dois grandes pavilhões, em ferro e vidro, nos jardins da propriedade. Entre 1910 e 1915 executava-se a campanha de decoração do espaço interior do palácio, a cargo de Constantino Fernandes, Carlos Reis e Eugénio Cotrim. Em 1992, o palácio foi adquirido, no intuito de transformar o espaço numa unidade hoteleira. O projecto do hotel, da autoria do arquitecto Manuel Taínha, manteve as características originais do espaço, restaurando estruturas e programas decorativos originais, e acrescentando à antiga residência Vale Flor duas novas alas para albergar os quartos. O conjunto do palácio dispõem-se em planta centralizada, composta pela articulação do edifício principal com o espaço da entrada, a capela e dois espaços poligonais envidraçados. É precedido por grandes portões de ferro, que a par com o muro em balaustrada, demarcam os limites da propriedade. O corpo central divide-se em quatro andares, tendo no último as típicas mansardas de inspiração parisiense. Na fachada principal destaca-se o sumptuoso espaço de entrada em mármore com portas de ferro e vidro, ao qual se acede por uma larga via em calçada portuguesa. Anexo a este eleva-se o átrio, também em mármore e de planta circular coberto por cúpula em vitral, a partir do qual se ergue a escadaria de dois lanços, que forma tribuna ao nível do andar nobre. A fachada posterior, que abre para os jardins com uma escadaria, é ritmada pela disposição simétrica de portas em arco rebaixado e frontão e janelas de sacada com moldura circular, destacando-se duas chaminés no telhado preto. Nos jardins do palácio, além da piscina e das peças escultóricas, sobressai a Casa do Lago, um pavilhão de gosto oriental. No interior do palácio destacam-se as suites no andar nobre, com decoração de influência francesa, revestidas a mármore, com tecto pintados a fresco, baixos relevos em estuque, decoração oriental e decoração neo-rococó em talha dourada e espelhos, dedicadas à temática da música. Frente ao palácio foi erigido o edifício das cocheiras, no mesmo estilo romântico do principal, que se dispõe em forma de ferradura, divido em dois pisos. Precedido por portão de ferro, destaca-se o corpo central com uma curiosa torre triangular de telhas pretas com relógio, tão ao gosto da arquitectura civil francesa de finais do século XIX. A porta de entrada é encimada por frontão circular, ostentando o brasão do Marquês de Valle Flôr. Catarina Oliveira DIDA/ IGESPAR, I.P./ Agosto de 2011
Additional Hints
(Decrypt)
neohfgb / ohfu