

História
Desde que as populações se começaram a instalar na região de Lisboa, que a escassez de água potável foi uma constante. Apesar da existência de um rio no local, o Tejo, a sua água é imprópria para consumo, pois a ampla foz do rio faz com que a água seja contaminada pelo mar, tendo por isso níveis de salinidade inadequados. A única área de Lisboa com nascentes de água era o bairro de Alfama. Com o crescimento da cidade para fora das cercas medievais foi-se instalando uma situação de défice crónico no abastecimento de água. Foi ganhando então força a ideia de aproveitar as águas do vale da ribeira de Carenque, na região de Belas. Estas águas foram primeiramente utilizadas pelos romanos, que aí haviam construído uma barragem e um aqueduto.
Antecedentes
Em 1571, Francisco de Holanda (1517 - 1585) propõe a D. Sebastião (1554 - 1578) na sua obra Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa que estabelecesse uma rede de abastecimento de água que servisse a cidade de Lisboa, rede essa que tinha já sido iniciada pelos romanos. Os vestígios do aqueduto romano eram ainda suficientes para que tivessem sido considerados, em 1620, para a passagem das Águas Livres de Lisboa. Anos mais tarde, D. Filipe II (1578 - 1621) instituiu o real da água, um imposto sobre a carne e vinho que tinha como objectivo principal o financiamento das obras de construção do sistema de abastecimento de água para a capital. Porém, o projecto não foi sequer iniciado, tendo o dinheiro angariado por esse imposto sido utilizado para ajudar pobres e doentes.
Construção
Preocupado com a falta de água na cidade, o Procurador da Cidade, em 1728, estabeleceu, à semelhança de D. Filipe II, uma taxa sobre a carne, vinho, azeite e outros produtos alimentares com o intuito de arranjar financiamento para a construção do aqueduto. Um ano depois, em 1729, foram nomeados três homens para a elaboração do plano de construção do sistema que incluiria a construção de um troço monumental do aqueduto sobre o vale de Alcântara. Esses três homens eram António Canevari, arquitecto italiano, o Coronel Engenheiro Manuel da Maia e João Frederico Ludovice, arquitecto alemão, responsável também pelo Convento de Mafra.