Durante a 1ª metade do séc. XIX este local ainda formava a maior das três praias fluviais da Figueira. Quintas e azinhagas entrepunham-se entre a doca e a “Praia da Fonte” que, tal como as restantes duas, seria sujeita a aterro para possibilitar a projecção e crescimento da Figueira, desta feita para o lado mar. Em 1861 funda-se a Companhia Edificadora Figueirense para construir o Bairro Novo e, logo em 1891, a antiga “Praia da Fonte” é transformada em Jardim Municipal. De então para cá já conheceu grandes remodelações que lhe deram configuração e dinâmica diferentes, adequadas à estética paisagística de cada época. Enquadrado entre os edifícios do Tribunal e dos Correios por um lado e o Mercado Municipal por outro, serviu também como local de passagem e de ligação entre os dois braços do Passeio Infante D. Henrique. Espaço muito acarinhado pelos figueirenses, acolheu várias gerações que aqui trouxeram as suas crianças a passeio, ao ringue de patinagem ou ao parque infantil, que aqui repousaram, se enamoraram ou entretiveram apreciando o lago dos patos e cisnes ou os espectáculos que animaram o seu coreto. Totalmente rodeado por sebes altas, sombrio e fechado sobre si parecia, nos últimos anos, ter dificuldade em “respirar” e atrair novos visitantes. Em 2005, obras de fundo, tendentes a revitalizar as envelhecidas estruturas do Jardim, projectam-no segundo conceitos de interacção, abertura e diálogo com a cidade. O seu parque infantil, a alternância de refrescantes e relaxantes jogos de água, as artérias comunicantes que abraçam canteiros multicores, os espaços de repouso e de animação, as sombras apetecidas das suas frondosas árvores, chamam novamente à fruição deste espaço de lazer, onde continuam a marcar presença as barraquinhas dos gelados, das aromáticas e irresistíveis pipocas e os indispensáveis quiosques.
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