Dia 25 - Dificuldades
Fix, após ter deixado instruções para que o mandado de prisão, se chegasse, lhe fosse enviado para Hong Kong, tinha conseguido embarcar a bordo do Rangoon sem ser visto por Passepartout, e esperava dissimular a sua presença. Teria sido difícil explicar a razão por que se achava a bordo sem despertar as suspeitas de Passepartout que devia crer que ainda estava em Bombaim.
Todas as esperanças estavam agora concentradas num único ponto do mundo, Hong Kong, porque o paquete pararia muito pouco em Singapura para que ele pudesse operar nesta cidade. Era pois em Hong Kong que a prisão do ladrão se deveria efetuar, ou este lhe escaparia para sempre. Após Hong Kong, não bastaria um simples mandado de prisão. Seria preciso um ato de extradição e viriam demoras, lentidões, obstáculos de toda natureza, de que o tratante se aproveitaria para escapar definitivamente.
- Portanto, repetia Fix durante as longas horas que passava na sua cabina, ou o mandado de prisão estará em Hong Kong e prendo meu homem, ou não estará e desta vez será preciso a qualquer custo que atrase sua partida! Fracassei em Bombaim, fracassei em Calcutá! Se o mesmo acontecer em Hong Kong, adeus reputação! Custe o que custar, preciso conseguir. Mas que meio empregar para atrasar, se for necessário, a partida desse maldito Fogg?
Como último recurso, Fix estava bem decidido a confessar tudo a Passepartout, a dar-lhe a conhecer o patrão a quem servia e de quem não era certamente cúmplice. Passepartout, esclarecido por esta revelação, temendo ser comprometido, passaria sem dúvida para o lado de Fix, mas era um meio arriscado que só poderia ser usado como último recurso. Uma palavra de Passepartout ao seu patrão seria suficiente para comprometer tudo irremediavelmente.
Day 25 - Difficulties
Fix, after leaving instructions for the arrest warrant, if it arrives, to be sent to Hong Kong, had managed to embark on board the Rangoon without being seen by Passepartout, and hoped to conceal his presence. It would have been difficult to explain why he was on board without arousing the suspicions of Passepartont who must believe that he was still in Bombay.
All hopes were now concentrated at a single point in the world, Hong Kong, because the liner would stop too little in Singapore so he could not operate in this city. It was in Hong Kong that the arrest of the thief should be made, or he would escape forever. After Hong Kong, a simple arrest warrant would not be enough. It would take an act of extradition and would have delays, obstacles of all kinds, of which the rascal would take advantage to escape permanently.
- So, Fix repeated during the long hours he spent in his cabin, or the arrest warrant will be at Hong Kong and and I arrest my man, or will not be, and so it will be necessary at any cost to delay his departure! I've failed at Bombay, failed in Calcutta! If the same happens in Hong Kong, goodbye reputation! Whatever it takes, I need to get it. But what should I use to delay, if necessary, the departure of that damn Fogg?
As a last resort, Fix was decided to confess everything to Passepartout, to let him know the boss whom he served and who was certainly not an accomplice. Passepartout, clarified by this revelation, fearing to be compromised, would no doubt be on the side of Fix, but it was risky and should only be used as a last resort. A word from Passepartout to his master would be enough to compromise everything irrevocably.
Leia o livro completo "A Volta ao Mundo em 80 Dias", esta parte no capítulo XVI.
Read the complete book at "Around the World in 80 Days", this part in chapter XVI.
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