Durante muitos anos os produtos produzidos nas nossas Salinas foram o sal grosso (como saía dos talhos) e, com menor expressão, os “Queijos de Sal”. Recentemente, a oferta de produtos tem vindo a diversificar-se e, entre outros, temos a “Flor de Sal”. O sal, dependendo, da localização do “talho” apresenta diferentes modos de cristalização, sendo a mais comum, a formação de cristais na superfície da água, simultaneamente com a formação de cristais no fundo do “talho”. A “Flor de Sal” corresponde aos cristais que se formam na superfície da água e são recolhidos com uma rede fina, antes de terem peso e dimensão que os levem a afundar. Os cristais mais pesados, de forma laminar, entretanto afundados, também são recolhidos e comercializados. Dois outros tipos de sal tradicional são a “ espuma de sal” (cristais muito finos que se acumulam nas paredes e cantos dos “talhos”) e as “estalactites ou pingentes de sal” que se formam sob as “eiras” onde o sal fica em repouso a perder o excesso de água.
No caso particular de Rio Maior é a própria natureza que se encarrega do processo de purificação do nosso salgado. O complexo aquífero que atravessa a formação diapírica do anticlinal ou Vale Tifónico da Fonte da Bica, dissolve o Sal-gema sendo, esta salmoura, recolhida no poço das Salinas. Ao chegar aqui apresenta uma salinidade sete vezes superior à água do mar. Um litro da nossa água contém cerca de 220 gramas de sais dissolvidos e destes, cerca de 98% são sal (Cloreto de Sódio), enquanto um litro de água do mar apenas tem cerca de 35 gramas de sais dissolvidos. Em consequência da tectónica que originou o nosso anticlinal, o complexo salífero apresenta-se com um aspecto brechóide onde o sal-gema apresenta diversas variações na sua composição.