A xávega é uma arte de pesca por cerco, na qual uma extremidade da rede fica em terra, enquanto o resto da rede é colocada a bordo de uma embarcação que sai para o mar, libertando a rede. Terminada a largada, a outra extremidade é levada para terra, e puxada; antigamente com a ajuda de juntas de bois e força braçal, e actualmente recorrendo a meios mecânicos.
Este tipo de pesca era praticado em várias praias ao longa da costa portuguesa, sendo ainda pratica em algumas, como por exemplo a praia de Mira, Fonte da Telha (Costa de Caparica) e Praia do Meco.
A palavra xávega provém do étimo árabe 'xabaca', que significa rede. A denominação 'xávega' era usada pelos pescadores do sul de Portugal. No litoral centro e norte praticava-se um tipo de pesca idêntico mas com muitas diferenças, ou seja: os barcos, diferentes na forma (crescente de lua) e no tamanho, também de fundo chato e com as suas proas bastante mais elevadas para melhor suportarem o ímpeto das ondas, tinham uma capacidade de carga muitíssimo maior do que os barcos do sul. Inicialmente, o termo xávega era usado só pelos pescadores do sul, nomeadamente os da costa algarvia e tanto dava para definir a rede como o próprio barco. No litoral centro e norte, o termo por que se denominava este tipo de pesca era simplesmente 'as artes' ou 'as companhas das artes'. Por uma questão de legislação e porque as leis quando são feitas são para todo o País, começou-se a chamar (erradamente) xávega a todo o tipo de pesca envolvente arrastante em que as redes são puxadas para terra.
Devido à proximidade da Aldeia do Meco, um povoado de agricultores e pescadores situado entre a Lagoa de Albufeira e o Cabo Espichel, na costa ocidental do concelho de Sesimbra, na década de 70, o extenso areal da praia do Moinho de Baixo começou a ser conhecido por Praia do Meco, e a ser utilizado para este tipo de arte.
O seu mar pode ser agreste, mas na época de verão é, normalmente, ameno. A ondulação forte tornou-o uma referência, sobretudo para a comunidade ligada ao surf e bodyboard. Também ligada ao mar está uma das tradições mais enraizadas na população local, e imagem de marca do Meco: a Arte Xávega, este tipo de pesca de arrasto feita a partir do areal por alguns habitantes que, por algumas horas, trocam a vida do campo por uma atividade que complementa os seus rendimentos e garante peixe fresco quase todos os dias, a atividade faz-se desde longa data com a ajuda dos tratores, utilizados não apenas para transportar e retirar os barcos da água, mas também para ajudar os pescadores a puxar as redes do mar.
Este é um dos mais antigos e característicos processos de pesca artesanal, ainda muito praticado na Nazaré. Na Aldeia do Meco restam apenas dois barcos, mas chegaram a ser oito.
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