Igreja do Mosteiro de Requião
Localizada na freguesia de Requião, esta igreja está relacionada com o mosteiro que aí existiu, o qual pertenceu aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho e inicialmente foi dedicado a São Cristovão. Actualmente, o seu orago (santo a quem é dedicado um templo ou capela) é São Silvestre.
O mosteiro era já referenciado no “Censual” do séc. XI, nas Inquirições de 1114 e nas de 1216 referindo-se ao “Monasterium de Requiam”. Segundo o “Censual” de Braga do século XII, esta paróquia agrupava as freguesias de São Tiago de Ninães, São Cristovão de Requião e São João de Sezufres. Em 1418 o Arcebispo de Braga, D. Fernando da Guerra, converteu o Mosteiro de Requião em Igreja secular por breve (documento pontifício) do Papa Martinho V pelo que, em 1433, foi convertido em igreja paroquial. No reinado de D. Sebastião (séc. XVI), o Mosteiro passou para a Comenda da Ordem de Cristo. Em 1840, com a morte do último comendador, foi extinta esta Comenda.
Tendo em conta as remotas origens do monumento não é de espantar que este não se apresente actualmente na sua forma original. Até meados do séc. XVIII era constituída por uma só nave, que corresponde à actual nave Santíssima. Em 1757 foi-lhe acrescentada a nave de Nossa Senhora do Rosário, ficando assim com o aspecto que lhe conhecemos hoje. Interiormente possuía cinco altares dourados. O mosteiro estava ligado à igreja através de um passadiço que actualmente não existe.
Em 1942, devido a um enorme incêndio, grande parte da sumptuosidade deste monumento foi destruída. Foi reconstruído mas perdeu o esplendor dos seus altares de talha dourada e a policromia que adornava os tectos.
Continua, contudo, a apresentar uma belíssima fachada, na qual se enquadram duas imagens artísticas em pedra, uma do padroeiro Papa São Silvestre I e outra de São João Nepomuceno (esta é de grandes dimensões e talhada de uma só pedra bruta).
A história deste mosteiro tem uma importante presença na representação dos elementos que compõem o Brasão da Freguesia de Requião, senão veja-se:
- Cruz Papal: simboliza o seu Padroeiro S. Silvestre, um dos primeiros Papas da Igreja.
- Cruz de Cristo: representa a Comenda da Ordem de Cristo que aqui teve lugar.
De referir ainda o destaque dado ao cacho de uvas, a representar uma das principais actividades económicas da freguesia.
Nesta igreja realiza-se a festa em honra da Senhora do Rosário, no último domingo do mês de Maio, com a duração de dois dias. Também aqui se celebra a festa em homenagem ao sagrado Coração de Jesus, no primeiro domingo de Agosto durante dois dias.