A autorização para a construção de uma linha ferroviária entre a Torre da Eita, na Linha de Santa Comba Dão a Viseu e a Estação de Espinho, na Linha do Norte, foi dado por dois alvarás publicados, o primeiro em 11 de julho 1889 e 23 de maio de 1901. O traçado da linha passava por Vouzela, Oliveira de Frades, Coute de Esteves, Sever do Vouga, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Santa Maria da Feira. Deveria ainda deter um ramal entre Sever do Vouga e Aveiro.
O projeto para a construção da Linha do Vouga foi entregue no Governo em 1897, contudo, só anos depois, a 30 de outubro de 1903, e assinado o contrato provisório a 25 de abril de 1904.
A construção da Linha do Vale do Vouga começa então a ser construída em dezembro de 1907. Um ano depois, em dezembro de 1908, abriu à circulação o primeiro troço do caminho-de-ferro entre Espinho e Oliveira das Azeméis. Em fevereiro de 1909 foi aprovada a construção do ramal de Aveiro, ligando esta cidade à linha do Vale do Vouga, em Sernada do Vouga.
A linha entre Albergaria-a-Velha e Macinhata do Vouga, assim como o Ramal de Aveiro, foi inaugurado a 8 de setembro de 1911. Os troços de linhas de Paradela a Ribeiradio e Bodiosa a Viseu foram abertos à circulação no início de setembro de 1913.Ainda neste mesmo ano, a 30 de novembro, efetuou-se a ligação de Arcozelo das Maias a Vouzela. No ano seguinte, a 5 de fevereiro, completou-se a Linha do Vouga com a abertura do troço entre as Termas de São Pedro do Sul e Moçâmedes.
A construção da linha de caminho-de-ferro do Vale do Vouga significou uma melhoria significativa nas comunicações do interior com o litoral e no transporte de mercadorias, feiro na época por via fluvial no Rio Vouga, limitado pelo baixo caudal do rio no verão e, no inverno, pelas inundações.
Apesar da reconhecida importância da Linha do Vale do Vouga, hoje substituída pelas auto-estradas na circulação entre o interior e o Litoral, a década de 40 do século passado marcou o começo do fim da circulação na linha férrea do Vale do Vouga. De forma a garantir uma melhor gestão deste meio de transporte, o Governo decidiu, em 1945, a união de todas as concessões ferroviárias em Portugal. Em 1947 a exploração da Linha do Vouga e do Ramal de Aveiro foi entregue à Companhia dos Caminhos-de-Ferro Portugueses.
A última viagem em comboio a vapor, na Linha do Vouga, foi feita no dia 25 de agosto de 1972. A ligação entre a Sernada e Viseu foi também suspensa entre os anos de 1970 e 1974, alegando o perigo de incêndio causado pelas locomotivas a vapor.
O 25 de abril de 1974 trouxe a circulação na Linha do Vouga de volta, substituindo os comboios a vapor, que as gentes locais chamavam carinhosamente de «farrusco», pelas automotoras. Contudo, alguns anos depois, em 1989, foi decido o encerramento da linha, que veio a acontecer a 1 de janeiro de 1990.
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