
A Igreja de Nossa Senhora de Monte Virgem, foi fundada em época imprecisa do séc. XV e transformada em curado no ano de 1569. Deste período é a construção subsistente excepto o alpendre dos romeiros e algumas hospedarias anexas edificadas posteriormente.
A capela-mor, aberta por arco mestre de volta perfeita, apilastrado e planta quadrangular, tem cobertura de meia laranja assente em trompas lisas, seccionada por noludura octogonal. Tem um curioso retábulo de talha dourada e colunata coríntia, de estrias e do estilo tardo-renascença, assente em ambasamento de azulejaria monocroma floral do séc. XVII.
Aqui também se situa o cemitério da Aldeia da Serra D’Ossa, aldeia que dá o nome à serra com uns escassos 650 m de altitude, é a principal elevação do Alentejo Central. Tem uma orientação NW – SE e o seu núcleo central junta os concelhos de Estremoz, Borba e Redondo. Pelas suas vertentes escorrem as águas que alimentam, de um lado, a bacia do Guadiana, do outro a bacia do Tejo. Contrastando com este relevo, essencialmente xistoso, estende-se a chamada Zona dos Mármores, num eixo que liga Estremoz, Borba, Vila Viçosa e Alandroal.
Não é possível conhecer uma sem passar pela outra. Nem desejável: com uma tal diversidade paisagística e uma tão abundante riqueza patrimonial, passear nesta região é uma obrigação irrecusável.
Deixo-te duas sugestões: que percorras uma parte da Zona dos Mármores de bicicleta ou de automóvel; e que caminhes por alguns trilhos sinalizados da Serra d’Ossa.
Para o primeiro passeio, não precisas de grandes indicações: basta que escolhas as estradas secundárias que ligam os núcleos urbanos, sabendo que a melhor para ver as enormes crateras das explorações de mármore é a que liga Borba, Vila Viçosa e Bencatel. Só tens que ter cuidado porque o movimento de pesados é apreciável. Como complemento, poderás visitar o Museu do Mármore, em Vila Viçosa, instalado no edifício da antiga estação ferroviária. Calcorrear os centros históricos de Estremoz, Borba e Vila Viçosa, tendo como fio condutor a presença deste 'ouro branco” nos expoentes máximos do seu património, é a chamada 'cereja em cima do bolo”. A descoberta da Serra d’Ossa é menos evidente. Nos anos 60, foi objeto da plantação da maior mancha contínua de eucaliptos do país (6.000 ha) mas mantém, em algumas zonas, a sua originária vegetação de montado, associada aos matos de esteva, urze, tojo e rosmaninho.
Embora se encontrem estes oásis mediterrânicos em vários pontos da Serra, a forma mais simples de os encontrar em autonomia é fazer alguns percursos pedestres. Sugiro-te dois, com ponto de partida e de chegada na aldeia do Freixo (Redondo): o PR1, 'Percurso das Antas” (fácil, 5,9 kms) e o PR2, 'Percurso do Freixo” (fácil, 5,2 kms). São ambos muito interessantes sob os pontos de vista ambiental, paisagístico, arqueológico e, também, da observação de múltiplos aspetos da ruralidade.
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