O sobreiro, sobro, sobreira ou chaparro (Quercus suber) é uma árvore da família do carvalho, cultivada no sul da Europa e a partir da qual se extrai a cortiça. O sobreiro é, juntamente com o Pinheiro-bravo, a espécie de árvores mais predominante em Portugal, sendo mais comum no Alentejo litoral e serras Algarvias.
É devido à cortiça que o sobreiro tem sido cultivado desde tempos remotos. A extração da cortiça não é (em termos gerais) prejudicial à árvore, uma vez que esta volta a produzir nova camada de "casca" (súber) com idêntica espessura a cada 9 anos, período após o qual é submetida a novo descortiçamento. Recentemente, têm-se desenvolvido processos mais mecanizados e seguros para se proceder a esta operação, como o caso da máquina que corta a cortiça, evitando lesões prejudiciais à vida do sobreiro e que facilita o trabalho dos tiradores, sem os substituir, aumentando assim a produtividade.
O sobreiro também fazia parte da vegetação natural da Península Ibérica, sendo espontâneo em muitos locais de Portugal e Espanha, onde constituía, antes da acção do Homem, frondosas florestas em associação com outras espécies, nomeadamente do género Quercus.
A finalidade da cortiça é o fabrico de isolantes térmicos, tecido de cortiça(vestuário, acessórios como malas, bolsas, carteiras e sapatos), materiais de isolamento sonoro de aplicação variada e ainda indústria aeronáutica, automovel e até aeroespacial, mas sobretudo é utilizada produção de rolhas para engarrafamento de vinhos e outros líquidos. Portugal é o maior produtor mundial de cortiça, a cortiça portuguesa é responsável por 50% da produção mundial. Os Montados são sistemas agro-silvo-pastoris e um dos exemplos de sistemas tradicionais sustentáveis de uso no solo da Europa. Representam uma área de aproximadamente 1,2 Mha, a maior parte na região do Alentejo, no sul de Portugal. O valor económico dos montados deve-se, essencialmente, à produção de cortiça, estando a sua importância cultural relacionada com o papel que têm na conservação da biodiversidade e valores históricos como o registo de sistemas sociais e agrícolas tradicionais.Uma longa tradição na exploração da matéria-prima. Desde o século XIV, que Portugal já exportava cortiça para o Reino Unido e Flandres. A gestão tradicional dos Montados permite combinar dois objectivos importantes a produção agro-pastoril e conservação do ecossistema aém da cortiça o sobreiro dá o fruto que é a bolota, também conhecida por lande ou ainda (mais correctamente) glande,que serve para alimentar as varas do porco preto alentejano também conhecido por porco de montanheira do qual se faz o além de enchidos o presunto ibérico ou presunto de pata negra.
Extracção da cortiça do sobreiro
O descortiçamento consiste na extracção, normalmente manual, da cortiça dos sobreiros, sendo realizada entre os meses de Maio e Setembro, que correspondem ao seu período de maior crescimento.
O primeiro descortiçamento (chamado desbóia) ocorre em sobreiros cujo perímetro do tronco, sobre a casca, medido a 1,30m do solo (pap - perímetro altura do peito) exceda os 70 cm e até uma altura máxima de duas vezes esse perímetro. Tal verifica-se por volta dos 18 a 27 anos. A cortiça removida nesta tiragem – cortiça virgem ou branca – é porosa, fendilhada e contorcida, pouco homogénea, pelo que se destina à trituração para a produção dos granulados.
Os descortiçamentos posteriores sucedem-se com um intervalo de pelo menos 9 anos. Assim, do segundo descortiçamento (em sobreiros com cerca de 36 anos), resulta a cortiça secundeira, cujas características morfológicas não são adequadas para a produção de rolhas, destinando-se igualmente à trituração. Neste segundo descortiçamento a altura máxima será de 2,5 vezes o pap.
A cache: É necessário levar material de escrita. Perto da cache existe um pequeno montado de sobreiros.