A Linha do Tua liga a estação de Tua (Linha do Douro) à estação de Bragança, numa distância total de 133,8 km. A linha encontra-se em funcionamento apenas no troço Cachão - Carvalhais. O troço Carvalhais - Bragança encontra-se encerrado a todo o tráfego ferroviário desde 1991.
Estações e apeadeiros da Linha do Tua
000,0km - Tua(Linha do Douro)
004,3km - Tralhariz(Apeadeiro)
007,6km - Castanheiro(Apeadeiro)
013,4km - Santa Luzia
015,6km - São Lourenço (Apeadeiro)
017,8km - Tralhão(Apeadeiro)
021,2km - Brunheda(Apeadeiro)
025,1km - Codeçais(Apeadeiro)
029,3km - Abreiro
033,9km - Ribeirinha(Apeadeiro)
038,8km - Vilarinho(Apeadeiro)
041,9km - Cachão
045,0km - Frechas
048,5km - Latadas(Apeadeiro)
054,1km - Mirandela
055,2km - São Sebastião (Apeadeiro)
058,2km - Carvalhais
061,1km - Vilar da Ledra (Apeadeiro)
065,3km - Avantos (Apeadeiro)
067,2km - Romeu
074,1km - Cortiços
078,9km - Grijó
082,8km - Macedo de Cavaleiros
085,3km - Castelãos (Apeadeiro)
089,3km - Azibo
091,8km - Salselas (Apeadeiro)
094,6km - Valdrez (Apeadeiro)
096,9km - Sendas
099,3km - Vila Franca (Apeadeiro)
100,8km - Chãos (Apeadeiro)
101,8km - Fermentãos (Apeadeiro)
104,6km - Salsas
110,3km - Rossas
117,1km - Sortes
119,8km - Remisquedo (Apeadeiro)
122,1km - Rebordãos (Apeadeiro)
125,6km - Mosca
133,8km - Bragança
Cronologia
1878 - Apresentação de dois projectos para a construção de uma linha de caminho de ferro pelo vale do Tua. Engenheiro João Dias (margem direita), e engenheiro António Pinheiro (margem esquerda)
22 de Junho de 1882 - Apresentação pela Câmara Municipal Mirandela à Câmara dos Pares do pedido de aprovação do projecto de lei para a subvenção de 135 contos de réis para cobrir a garantia de juro de 5% para a empresa que construísse a via. Tiveram o apoio de várias personalidades do Comércio do Porto, de entre as quais se destaca Clemente Meneres, considerado um dos pais da Linha do Tua, e personalidade das mais ligadas a esta linha.
11 de Janeiro de 1883 - A CM Mirandela apela a El Rei D. Luís I, juntamente com a Associação Comercial do Porto, para a aprovação do projecto de construção da Linha do Tua. Este grupo de pressão manteve o poder comercial da zona do Douro, contra o desejo de se desviar as principais rotas para a Linha da Beira Alta, potenciando o sucesso fundamental das Linhas do Douro e do Tua.
26 de Abril de 1883 - É lançado em Carta de Lei o concurso para a construção da via férrea do Vale do Tua, sendo o vencedor o mesmo grupo responsável pela construção da Linha do Dão, a 2ª Via Estreita do país, sendo a figura maior o Conde da Foz.
Dezembro de 1883 - O contrato é trespassado à Companhia Nacional, por inabilidade do anterior grupo para a execução do projecto.
26 de Maio de 1884 - Adjudica-se a obra à CN por decreto governamental.
30 de Junho de 1884 - Assinatura do contrato definitivo pela CN.
16 de Outubro de 1884 - Arranque das obras da via, em Mirandela. Depois de pouco tempo, o engenheiro é forçado a desistir, ao não revelar firmeza para a liderança da força de trabalho conflituosa, e ao mesmo tempo dirigir a obra, que revelava ser um desafio enorme. É substituído pelo açoreano Dinis da Mota, cuja assinatura passaria ainda pela Linha do Dão.
27 de Outubro de 1887 - Inauguração da Linha do Tua, entre o Tua e Mirandela, com a locomotiva Trás-os-Montes, tripulada pelo engenheiro Dinis da Mota. D. Luís I e o Príncipe Real compareceram às concorridas cerimónias na estação de Mirandela.
1899 - Reorganização dos Caminhos de Ferro em Portugal, e criação do Fundo Especial dos Caminhos de Ferro, que possibilitou um relembrar do reatamento das obras rumo a Bragança.
1901 - Uma firma inglesa mostra interesse em construir o troço Mirandela - Bragança, e ainda um ramal de ligação às minas de Vimioso, mas o processo não avança e cai rapidamente no esquecimento.
24 de Março de 1902 - É firmado um contrato provisório de construção com aquele que ficaria celebrizado numa estela na estação de Bragança, e com a avenida que começa neste edifício, como o 'arrojado empreiteiro do caminho-de-ferro Mirandela-Bragança', João da Cruz.
20 de Julho de 1903 - A CN, depois de João da Cruz, pela dimensão da obra, lhe ter trespassado o contrato de construção, e depois de uma reunião promovida pela CM Bragança, onde figurou o incansável patrono da Linha do Tua Conselheiro Abílio Beça, relança a construção final da via para Bragança. João da Cruz será o engenheiro-chefe e empreiteiro da obra; virá a falir com este esforço.
02 de Agosto de 1905 - O Comboio chega ao Romeu.
15 de Outubro de 1905 - O Comboio chega a Macedo de Cavaleiros.
18 de Dezembro de 1905 - O Comboio chega a Sendas.
14 de Agosto de 1906 - O Comboio chega a Rossas.
01 de Dezembro de 1906 - O Comboio chega a Bragança. Bragança não é estação de topo, mas as obras acabam para não mais serem reatadas, de modo a levar a Linha do Tua até à Puebla de Sanábria [Espanha].
27 de Abril de 1910 - Morre na estação de Salsas o Conselheiro Abílio Beça, trucidado pelo comboio que tão incansavelmente tinha lutado para trazer à capital de distrito.
Década de 1940 - A Linha do Tua passa para a CP.
15 de Dezembro de 1991 - Encerramento do troço Mirandela - Macedo de Cavaleiros. Entram em funcionamento autocarros de substituição para transbordo, deixando o troço Macedo de Cavaleiros - Bragança isolado do resto da Linha do Tua;
17 de Dezembro de 1991 - Descarrilamento em Sortes, danificando a locomotiva e fazendo um ferido. O troço Macedo de Cavaleiros - Bragança é encerrado 'por questões de segurança';
18 de Dezembro de 1991 - Populares sequestram os autocarros de substituição nos Cortiços, e cortam-se ainda estradas em Fermentãos e Salsas, como protesto pela falta de comboios. Em Lisboa reunem-se autarcas da região servida pela Linha do Tua e a CP, de onde se declara que 'a Linha do Tua não será encerrada';
14 de Outubro de 1992 - Noite do Roubo: de madrugada, sem aviso prévio, com escolta policial e um apagão nas comunicações rádio e telefone, é retirado por via rodoviária o material circulante estacionado nas estações de Bragança e Macedo de Cavaleiros. A operação, que custou 12 mil contos, foi justificada como necessária 'para reparação do material circulante'. Até hoje, os comboios não voltaram a Bragança.
28 de Julho de 1995 - Inauguração do Metro de Mirandela, a operar entre as estações de Mirandela e Carvalhais, no troço encerrado há 3 anos. Foi a primeira reabertura de linha a manter-se até aos nossos dias; O projecto prevê a exploração até ao Cachão.
2001 - Saem de circulação as locomotivas Alsthom e as carruagens 'napolitanas', e o Metro de Mirandela (empresa municipal participada pela C.P., E.P.) passa a explorar toda a via, desde o Tua até Carvalhais. Mudança radical nos horários, e introdução, temporária, de autocarros de substituição. Início das obras de reconversão da estação de Bragança.
24 de Janeiro de 2004 - Inauguração da estação rodoviária de Bragança, no edifício da estação ferroviária e espaços adjacentes.
2006 - Dois milhões de euros são investidos em obras de consolidação e reparação da linha.
12 Fevereiro de 2007- Um desabamento de terras motiva a queda de uma composição comercial do metro de Mirandela no rio Tua. Morrem três dos cinco passageiros que faziam a ligação entre as estações da Foz do Tua e Mirandela.
Janeiro de 2008 - Reabertura da linha depois do acidente anterior.
10 Abril 2008 - Três trabalhadores da REFER ficam ligeiramente feridos, numa acidente na linha.
2 de Junho de 2008 - Anunciada a reabertura do troço entre a Estação do Tua e o Apeadeiro da Ribeirinha para 22 de Maio acabou por ser adiada para 2 de Junho
22 de Agosto de 2008 - Um acidente ferroviário perto da estação de Brunheda, Carrazeda de Ansiães, causou dois mortos e dezenas de feridos. A linha é encerrada.
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