CASTRO DE MONTE REDONDO
Entre Guisande e Santa Marinha da Portela, no alto de S. Mamede estão as ruínas de um Castro ou povoado muito antigo. Os habitantes das redondezas referem que há alguns anos atrás um senhor encontrou peças pertencentes a esses povos. Também falam de ancestrais confrontos entre o Alto de S. Mamede e o castro existente na actual Santa Marta das Cortiças.
Diz o povo que sob o Monte Redondo ou Alto de S. Mamede existe muitas riquezas do tempo dos Mouros e há, inclusivamente uma lenda da Moura Encantada. 'Se alguém tiver coragem para escavar bem fundo à volta do Monte Redondo, encontrará todas essas riquezas, sendo a mais preciosa um cordão d’oiro, isto é, encontrará tudo o que um dia, por causa da aproximação dos cristãos, foi submerso por forças ocultas, por encantamento.'
Conta a lenda que há muitos séculos atrás, no tempo da reconquista cristã, havia no alto do monte, um castro onde reinavam os Mouros. Segundo refere a tradição, esse castro ou castelo era sumptuoso e brilhava com tanto fulgor que quem passasse por perto imaginava as riquezas que se dizia estarem ali enterradas.
Dizem as memórias que o dono do castelo, que era mouro, possuía no seu harém as mais belas mulheres do seu povo. Mas, um dia, deu-se conta que uma certa jovem do seu abastado mundo o perturbava pela sua indiferença... pela sua beleza, o que o fez apaixonar-se perdidamente. Diz-se que esse amor tresloucado, tão louco e esquecido de tudo o levou a ficar só com ela. Os seus guerreiros desfeiteados, abandonaram-no.
Só com a sua amada, vivia tão feliz que nem se apercebia do perigo da chegada dos cristãos. Não tendo auxílio dos seus guerreiros, e vendo que o perigo era iminente, encantou a sua amada e a si próprio, ficando para sempre ali soterrados debaixo do Monte Redondo.
O povo de Sta Marinha, de Escudeiros e de Guisande acredita ver no monte, na noite de S. João, uma belíssima mulher em cima dos penedos, cantando, estendendo as meadas do linho à luz do luar e penteando os seus longos cabelos com um pente de ouro.
Esta lenda do Monte Redondo foi passando de boca em boca, de geração em geração, de avós a netos, que afirmam que nessa noite de luar, noite de S. João, ela começa a cantar uma suave canção, enquanto vai passando o pente pelos seus cabelos loiros.
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