Escola "Conde Ferreira"
A arquitectura escolar em Portugal teve o seu grande marco com as conhecidas escolas Conde Ferreira (4/10/1782), ainda existentes e espalhadas um pouco por todo o país. Estes edifícios escolares já obedeceram a normas estipuladas de construção, bem como uma planta e alçados previamente definidos.
Figura 1. Escola tipo "Conde Ferreira"
Escola "Adães Bermudes"
Atendendo à necessidade de equipar e investir na educação, o Estado promove um programa para a elaboração de projectos de edifícios destinados a escolas de instrução pública, da responsabilidade do arquitecto Arnaldo Ferreira Adães Bermudes. Através deste programa foram construídas entre 1902 e 1912 cento e oitenta e quatro escolas primárias.
Figura 2. Escola tipo "Adães Bermudes"
Escola "Plano dos Centenários"
A perfeição dos edifícios escolares surge com os projectos de Raúl Lino e Rogério Azevedo, nos anos 30, o que se vai reflectir nos anos 40 com as escolas do Plano dos Centenários.
Figura 3. Escola tipo "Raul Lino e Rogério Azevedo" com grandes janelas nas salas de aula.
Em 1941 é aprovado o Plano dos Centenários com projectos regionalizados, também inspiradas nas escolas Raul Lino e Rogério Azevedo, que têm sempre um alpendre na entrada, com beirado. Têm recreio coberto, no lado oposto ao da entrada. O telhado é normalmente coberto com telha de canudo. Procedeu-se então à revisão dos projectos, [...] em que depois analisados e feitos alguns ajustes, estariam na base dos novos projectos aprovados em 1944. A grande vantagem destes projectos em relação aos de Raúl Lino e Rogério Azevedo é, sem dúvida, potencializar uma maior economia na construção dos edifícios.
Os projectos eram simples e construídos de acordo com o princípio da simetria: todas as janelas e entradas teriam sempre a mesma orientação
Na primeira fase do referido plano predominavam as escolas projectadas por Raúl Lino e Rogério Azevedo recorrendo-se ainda à construção de mais escolas dos referidos projectos. A única alteração introduzida visava a prossecução do princípio da separação total dos sexos, que se tornara obrigatória. São edifícios de planta simétrica para assegurar a total separação de sexos, nos quais se pretendia evidenciar o portuguesismo da arquitectura por exemplo com arcos, telhados de quatro águas, beirados, cata-ventos e azulejos com cenas ou personagens históricas.
Nas escolas do Plano dos Centenários estava bem visível e emoldurada na parede uma expressão que caracteriza bem a concepção do espaço escolar “Um lugar para cada coisa, cada coisa no seu lugar”.
Figura 4. Escola tipo "Plano dos Centenários"
Dado o seu impacto arquitectónico, os edifícios que se integram nas tipologias Conde Ferreira, Adães Bermudes e Centenários, são considerados pelo Estado desde 1977, de Interesse Histórico.
Escola Moderna
A montagem da rede de escolas [começou] através da execução do Plano dos Centenários e [continuou] já nos finais dos anos 60 com a execução do Novo Plano.
Grandes arquitectos como Adães Bermudes, Raul Lino e Rogério de Azevedo foram pioneiros no estudo da relação espaço–criança. Nas suas concepções e metodologias de projecto desenvolveram-se muitos dos requisitos pedagógicos e funcionais que ainda hoje caracterizam os edifícios escolares.
Eram bem notáveis os conceitos de conforto, higiene e de actividade lúdica.
Figura 5. Escola de Arquitectura Moderna
Texto adaptado da tese de mestrado de
Pimenta, Paulo Sérgio Pereira, A ESCOLA PORTUGUESA, Universidade do Minho: 2006
in
http://hdl.handle.net/1822/6973
repositorium.sdum.uminho.pt/.../A%20Escola%20Portuguesa%20Tese.pdf
Nota pessoal: Hoje muitas das escolas antigas estão desactivadas dada a concentração dos alunos em modernos centros escolares mais ou menos centrais em relação à área onde residem. Estes novos edifícios congregam alunos não da antiga escola primária mas também de segundo e terceiro ciclo ou de pré-escola, além do primeiro ciclo. As antigas escolas estão a ser entregues a associações e/ou entidades para lhe darem outros usos ou estão devolutas, sem utilização, e a degradarem-se. Algumas das escolas foram alteradas, na sua arquitectura, ainda no seu uso escolar ou já na adaptação para outros fins.
O edíficio escolar de Gião deve-se ao Dr. Manuel Francisco Ramos, de Mosteiró, que casou na freguesia de Gião. Grande influente no Partido Regenerador, construiu o primeiro edíficio escolar na freguesia de fez outros melhoramentos de vulto. Foi médico distintíssimo e muito dedicado aos seus doentes, embora ele também o fosse pois sofria de uma grave lesão na espinha dorsal.
A Escola mais antiga
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