-
Difficulty:
-
-
Terrain:
-
Size:
 (small)
Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions
in our disclaimer.

Caça ao tesouro
Enquanto Cláudia seguia, atenta, o carreiro das formigas com os olhos grandes muito abertos e o dedo indicador, aquele dedo que aponta, a riscar o chão àqueles pequenos seres, Mafalda e Óscar não sabiam, ainda, ao que brincar.
- Podíamos inventar… Ir à descoberta de tesouros… Sei lá! – sugeria Óscar.
- Boa ideia! Fazemos de conta que é aquele jogo que se pratica em todo o mundo, a procurar caixinhas… adiantou Mafalda.
- Geocaching. Chama-se geocaching – informou a avó – É um jogo universal, divertido e cultural. Permite caminhar com amigos e ou família, e descobrir e explorar locais numa caça ao tesouro.
- E há desses tesouros em todas as terras?!
- Em todas as terras; em todos os países...
- E se estiver uma caixinha aqui perto?
- Atenção! O principal valor deste jogo é o conhecimento, a aprendizagem, a comunicação com outras pessoas, o exercício físico e mental, as emoções, o contacto com a Natureza… Acham que há maior tesouro do que esse?
- Vamos à descoberta, descobrir é bom, é bom descobrir… Ó larilálá, ó larilálá… Vamos à descoberta… Vamos à descoberta…
- Vó, as formigas levam coisas para o buraquinho! Vão carregadas!
- São alimentos para terem no Inverno. – Respondeu a avó à Cláudia.
- Elas têm frigorífico, têm?!
- As formigas sabem como guardar os os mantimentos. Elas sabem coisas que as pessoas não entendem.
- Escuta! Escuta! - disse, baixinho, Cláudia.
- É uma cigarra a cantar - responde-lhe a avó. As cigarras são muito malandrecas!
- Uf! Estou cansado. E tu Mafalda?
- E se construíssemos uma casinha para descansarmos? – propôs Mafalda.
- Vem Cláudia, vamos construir uma casinha.
À semelhança das formigas, carregaram materiais: paus, pedaços de telhas, tijolos, pedras…
- Gostava tanto de ter uma casa numa árvore - suspirou Mafalda.
- Também eu - respondeu a avó - desde criança que alimento esse sonho.
Imaginaram a casinha dos sonhos. Deixaram-se embalar pelo baloiçar dos ramos como se fosse um carrossel mais perto do sol, da lua e dos ninhos...
Depois de pronta, enfeitaram-na com flores e a casinha debaixo da macieira ficou a chamar-se “casinha dos malmequeres”.
De tão cansados adormeceram. E, quando acordaram:
- Sabes Óscar, Sabes Cláudia, sabes avó, sonhei que estava à caça de um tesouro, quando se aproximou uma cegonha com uma pulseira numa pata. Parecia uma pessoa. Andava por ali a passear. Era muito mansinha.
Nunca tinha visto uma cegonha… Era muito grande.
- E depois, o que aconteceu? – perguntou Óscar.
- Depois… Depois, alguém chamou: Zulmira! Zulmira! E a cegonha voou até ao rio. Sempre que precisava de comer ia ao rio pescar e voltava.
- Que rio? Lembras-te?
- Acordei sem o saber…
- Talvez o rio Minho, o rio Lima, o rio Tejo, o rio Douro, o rio Arade, o rio Zêzere, o rio Guadiana, o rio Vez, o rio Vouga, o rio Âncora, o rio Tâmega, o rio Coura, o rio Mora… a ribeira Grande, a ribeira Brava... Não importa o nome do rio ou da ribeira. São todos os rios. Todas as ribeiras.– disse a avó.
- E encontraste o tesouro? – Perguntou Óscar.
- Não. Encontrei a Zulmira.
- A cegonha Zulmira foi outro tesouro. Os tesouros são as coisas boas que nos acontecem naturalmente, sem estarmos à espera. São esses tesouros que mais nos enriquecem. – explicou-lhe a avó.
- Mas foi um sonho…
- Um sonho com imagens que vais guardar em ti. Há sonhos que nos dão a mão para irmos com eles à descoberta. Ao conhecimento.
- E as formigas, vó?! – continuou Cláudia
Sentaram-se no chão e, juntos, seguiram o carreiro das formigas admirando aquele vaivém sem paragem. Em silêncio. A olharem, a olharem... a admirarem aquela partilha de tarefas.
Depois... depois a pergunta que ficara por fazer rompeu o silêncio:
- Por que é malandreca a cigarra?
Então, a avó contou-lhes a fábula da Cigarra e da Formiga:
- “Era uma vez…”
Additional Hints
(Decrypt)
qronvkb qn crdhran ebpun