A Serra d’Arga apresenta grandes e visíveis afloramentos graníticos, o que na prática consiste em grandes porções do maciço granitico que ficam sem cobertura do solo e ficam expostos à superfície. Este tipo de afloramentos leva à criação de formas de erosão bastante características. A acção sistemática de forças erosivas como a água e o vento neste tipo de rocha leva à criação de paisagens muito singulares que se designam de Caos de Blocos. O nome descreve da melhor forma tal paisagem.
Quando um maciço granítico aflora fica exposto às forças erosivas da superfície terrestre, nomeadamente a água e o vento. Devido às enormes pressões a que esta rocha é submetida quando se encontra em profundidade acaba por formar inúmeras fracturas e pontos fracos na sua estrutura. Quando aflora, a pressão a que está submetida é substancialmente menor. Assim, a rocha começa a expandir, acabando por se fracturar a partir dos prontos fracos que já continha na sua estrutura. Forma-se assim uma rede de fracturas no maciço rochoso que se chama de rede de diáclases.
A água das chuvas entra nas diáclases e inicia um processo chamado meteorização, que acaba por destabilizar a estrutura mineral do granito, que é maioritariamente constituído por quartzo, feldspato e mica. Por um lado exerce meteorização física ajudando a fragmentar a rocha. Por outro lado exerce meteorização química levando a que ocorram reacções químicas entre o material rochoso que compõe o granito, principalmente com o feldspato, e a água. O feldspato troca iões com a água e acaba por se transformar num mineral de argila e materiais iónicos soluveis que são levados pela escorrência da água. Deste modo a rocha fragmenta-se tanto pela força da recção química que leva à fragmentação da estrutura molecular da rocha, como pela força física da água. Pode também estar presente a acção de meteorização biológica, tais como a fragmentação da rocha por movimentações de animais ou pela pressão exercida pelas raízes das plantas. Destas recções resulta um material fragmentado constituído maioritariamente por minerais de mica e quartzo, que são do granito os minerais mais estáveis à superfície.
Este material fragmentado é chamado de areia granítica, uma areia à base quartzo. Esta areia acumula-se entre as diacláses e vai sendo arrastada pelas águas da chuva e pelo vento num processo designado por erosão. À medida que vai ocorrendo erosão o material rochoso do maciço que fica exposto inicia o processo de meteorização, sucedendo um "ciclo" de meteorização e erosão contínuo. Acontece que as arestas das rochas são as partes que se encontram mais expostas a este processo de erosão e meteorização pois encontram-se mais salientes. Deste modo, ao longo de milhões de anos, as arestas das rochas vão sendo “limadas” por acção destes fenómenos. Isso leve a que se formem as estruturas arredondadas que são tão comuns em paisagens graníticas como esta e que são chamados de blocos, sendo a paisagem chamada de Caos de Blocos. Depois de formado o bloco a meoteorização e a erosão não param. O que acontece é que os agentes erosivos vão actuando uniformente em toda o bloco, mantendo-se a forma arredonda à medida que o bloco vai ficando mais pequeno.
Esta é uma das formas de erosão mais comuns no nosso país, principalmente no Norte.
O local onde esta EarthCache nos leva apresenta uma vista para uma Serra rica em paisagens deste género e é também o local onde se encontra um bloco deste tipo de grandes dimensões. Parte da solução desta EarthCache passa pela vossa análise desta estrutura.
A Cache:
Para logarem esta cache terão de responder ao seguinte conjunto de questões e enviar as respostas para o meu e-mail. Depois de confirmar que as respostas estão correctas darei autorização para logarem a cache. Todos os logs não autorizados serão apagados.
1 – Quais os tipos de meteorização que contribuem para a formação dos Caos de Blocos?
2 – Qual é aproximadamente a profundidade da maior ranhura do Bloco?
3 – Qual é aproximadamente o comprimentos da maior face plana do Bloco?