A rocha gravada ocupa um afloramento granítico horizontal num caminho que atravessa a chã de uma encosta suave sobranceira à Ribeira do Pessegueiro e a curta distância (c. de 100 m) da Capela da Sra. do Rosário. Tal como o nome indica, a gravura representa o negativo de um pé humano (podomorfo). Embora se encontre em bom estado de conservação, a sua implantação numa laje plana e rasa ao solo, torna-o suscetível à ação de agentes erosivos.
Encontra-se orientada na direção sudoeste, alinhada com o declive da encosta e voltada para o vale, avistando-se o Monte do Castêlo na linha do horizonte.
Sugere-se a sua inserção cronológica num período histórico, por motivos que se prendem com o reduzido grau de desgaste visível e a frequente relação entre representações de pegadas e caminhos antigos, valorizando-se ainda a sua localização nas proximidades de Capela dedicada a Nossa Senhora do Rosário, cujo culto tem origem medieval.
Esta pegada deu origem à lenda da Pedra Moura.
“Era uma vez uma moira encantada, que tinha um grande tesouro, e que fez de uma grande pedra a sua morada por julgar que ninguém seria capaz de a desencantar. Porém, um dia, alguém que queria aquele grande tesouro tentou partir a pedra. Foi então que a moira se desencantou e partiu para outra grande pedra, deixando marcado nas pedras da calçada um pé descalço e outro calçado, com um sapato de salto alto.”
Fonte: Genius Locci