
Construído no séc. XVIII, esta construção foi destinada à habitação dos militares dos Regimentos de Infantaria e Cavalaria, instalados na praça forte de Moura, durante as Guerras da Restauração e da Sucessão. Em 1855, os documentos indicam a existência de oito casernas altas e doze baixas do lado da fachada principal, doze altas e doze baixas do lado oposto. A capela, que servia a devoção do regimento, conhecida como Igreja do Senhor Jesus dos Quartéis, era sede da capelania militar e nela existiu uma irmandade formada por militares, sob a invocação da padroeira da vila, Nossa Senhora do Carmo, com grande projecção na época.
Este edifício, classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1967, conjuga a arquitectura civil pública e religiosa e é um dos raros exemplos de edificações construídos de raiz para alojar militares. É, igualmente, um bom exemplar de arquitectura tradicional alentejana, com as chaminés típicas e a utilização de materiais da região, formando um conjunto de notável equilíbrio de volumes e um belo efeito de claro-escuro, conseguido pelo contraste das arcarias das fachadas anterior e posterior com a simetria dos vãos do pavimento superior deitando sobre a varanda do passadiço. O orago foi objecto da devoção das gentes da zona raiana, de Portugal e Espanha.