Acredita-se que Alcochete terá origem Árabe, principalmente devido a dois factos: A origem do nome Al caxete que poderá significar o forno e pela localização da Igreja Matriz, edificada no século XIV e que, segundo a tradição da época, foi construída sobre um templo árabe.
No entanto a primeira ocupação humana documentada refere-se à presença Romana, através de achados de um centro de olaria onde eram fabricadas ânforas e outros artefactos para acondicionamento e transporte de alimentos. À ocupação romana, sucedeu a ocupação árabe, sendo o topónimo o legado mais visível, desenvolvendo estes na região a agricultura: sistemas de rega por canais e citrinos.
Com a reconquista cristã, Alcochete foi integrada no termo da Ordem de Santiago, sendo destes tempos o desenvolvimento da actividade da extracção do sal, exportado para o sul da Europa, por via marítima.
As constantes pestes (peste negra, v.g.) na capital do Reino, levaram a realeza e a nobreza dos séculos XIV e XV a instalarem-se em Alcochete, nomeadamente o Rei D. João I (finais do século XIV) e o Infante D. Fernando, duque de Beja, (meados do século XV), tendo na vila de Alcochete nascido em 1469 o Infante D. Manuel, posteriormente rei.
A 17 de Janeiro de 1515, Alcochete recebe foral concedido pelo rei D. Manuel I, num diploma conjunto que renova o foral de Aldeia Gallega do Ribatejo (de 1514) e confirma a categoria de Vila que Alcochete havia adquirido ao longo do século XV.
São deste período de esplendor as obras de reconstrução da Igreja Matriz, as pinturas sacras da Capela de Nossa Senhora da Vida e da Igreja da Misericórdia.
Nos séculos XVI a XIX, desenvolve-se no concelho a agricultura, a criação de gado, nomeadamente o gado bravo, instalam-se na vila os Rattons (Jácome Ratton) e atinge grande desenvolvimento a extracção do sal e os transportes marítimos entre as margens do Tejo.
Politicamente, as modas do último quartel do século XIX, com exacerbados movimentos municipalistas centralistas e descentralistas, levaram à perda da autonomia municipal de Alcochete a favor do município da Aldeia Galega (hojeMontijo) e em 15 de Janeiro de 1898 à restauração dessa mesma autonomia municipal.
A história de Alcochete no século XX é de heroísmo humano, de resistência ao regime (o Estado Novo), de greves, de prisões, mas também de estagnação e quase apagamento, mesmo que a partir dos anos 60 se tenham instalado em Alcochete algumas indústrias (papel de alumínio, pneus e embalagens metálicas). Os transportes ferroviários, rodoviários e a ponte sobre o Tejo (Ponte 25 de Abril actualmente) acabaram com a actividade dos transportes marítimos; o sal-gemasubstituiu o sal marinho; a poluição do Rio Tejo acabou com a abundância de espécies piscícolas.
A Ponte Vasco da Gama, a explosão urbanística e demográfica que lhe sucederam, assim como o complexo desportivo do Sporting Club de Portugal lançaram Alcochete mais uma vez para a ribalta dos acontecimentos e da história.



