Trail de Jancido
Este trail leva-vos a conhecer a localidade de Jancido ao longo de 17 Caches + 1 Cache Mistério. Situada na margem do rio Sousa, e rodeada de natureza, este local pertencente à freguesia da Foz-do-Sousa (Gondomar) torna-se num imperdível destino para os amantes do ar puro. Ao longo das 17 caches , 4 delas contêm uma pergunta (apenas na descrição online) que darão as unidades necessárias para completarem a coordenada final da cache mistério.
É nos possível com esta visita também conhecer Longras, como assim é conhecido pela população. Aqui são abundantes as florestas naturais (carvalhais, sobreirais, loureirais), as comunidades dos afloramentos rochosos, os matos rasteiros e as zonas húmidas, associadas a pequenos cursos de água os elementos significativos no que se refere à flora. Já o pinheiro-bravo (Pinus pinaster) difundiu-se de forma extraordinária nas últimas décadas, substituindo num ritmo avassalador as florestas autóctones de carvalhos (Quercus robur), soutos (Quercus suber) e pinheiros-mansos (Pinus pinea), cultivados desde há milhares de anos. O mesmo se passou com o eucalipto (Eucalyptus globulus), espécie totalmente deslocada da mata original, mas de ciclo vegetativo muito curto e de fácil adaptação a solos ácidos. Os pinhais com eucaliptais são hoje dominantes na paisagem e ganham cada ano maior área de implantação, trepando as encostas de mato, envolvendo terras e povoações, no entanto as espécies autóctones ainda estão bem presentes.
Dos mamíferos identificados nesta zona, destaca-se a lontra, com distribuição generalizada de Norte a Sul do País, mas cujo estatuto de conservação está definido como pouco preocupante, estando ameaçada pela destruição da vegetação ripícola, a poluição da água, a regularização dos sistemas hídricos, a mortalidade acidental por atropelamento, a perseguição direta, a sobre-exploração dos recursos hídricos, o impacto das barragens e a presença humana. Para além da lontra, são também encontradas raposas, esquilos, coelhos, fuinhas, genettas, javalis, texugos e também o ouriços-cacheiros e toupeiras-de-água.
Durante o trail, vai ser possível caminhar na antiga linha de comboio que fazia o transporte de carvão até á foz do rio onde seguiria depois para a antiga Central Termoeléctrica (Já desativada) da Tapada do Outeiro situada na margem direita do rio Douro na freguesia vizinha de Medas (esta visível na 11ª cache deste trilho).
CACHES
1#- Imitação Rupestre
Cache normal situada na margem oposta à Antiga Central de Captação de Água da Foz do Sousa, perto da imitação rupestre à vossa direita.
Com vestígios arqueológicos que testemunham um povoamento humano que remonta à pré-história, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Gondomar recebeu foral em 1193, por iniciativa de D. Sancho I (1154-1212), posteriormente confirmado por D. Afonso II (1185-1223), através das Inquirições, até que, em 1515, lhe foi doado novo foral por D. Manuel I (1469-1521).
De entre as freguesias que o compõem, consta a de Foz do Sousa, termo que beneficia amplamente dos Rios Ferreira e Sousa que o atravessam, irrigando e fertilizando os seus campos, ao mesmo tempo que lhe conferem notórias potencialidades turísticas, nomeadamente através da fruição de praias fluviais, assim como da barragem de Crestuma-Lever, excelente para a prática dos mais diversos tipos de desportos náuticos.
E foi, justamente, a pensar na existência de abundantes recursos hídricos e sua maximização, que se construiu aquela que é conhecida por "Antiga Central de Captação de Água da Foz do Sousa", e, mais propriamente, para abastecimento da cidade do Porto.
Com efeito, foi a partir de 1855 e, em especial, através do decreto real aprovando o contrato firmado com a Compagnie Générale des Eaux pour l'Étranger, para construção de obras de captação, elevação, transporte e distribuição de água ao domicílio, que foi conferira ao Porto a exclusividade de utilização das águas dos Rios Sousa e Ferreira, erguendo-se, para o efeito, e entre outras estruturas, a 'Central-do-Sousa', mas cuja fragilidade, em tempo de cheias, justificou as beneficiações nela realizadas, já em finais do anos vinte do século XX, até que a edificação da 'Central Elevatória de Lever' conduziu à sua desactivação.