A Ermida de S.Silvestre fica perto da Póvoa,cerca de 2.5Km,mas situada no termo de Montalvão.A Ermida já é tão antiga (de referir o simbolo da Ordem dos Templários,a Cruz da Ordem de Cristo,talhado na pedra de cantaria no centro da abobada da capela) que dificilmente se poderá achar explicação para o facto de se fazer anualmente uma romaria no Domingo de Pascoela,quando o dia dedicado ao Santo é o ultimo do ano. Em avançado estado de degradação,foi mandada reconstruir pelo Sr. Eduardo Fragoso,benfeitor de Póvoa e Meadas e proprietário do Vale de São Silvestre,depois de ter pedido autorização ao Bispo de Portalegre.Foi acrescentando na altura á Ermida original uma sacristia e um alpendre para abrigar o Povo das chuvadas,tão frequentes em dia de romaria.Os devotos de S.Silvestre agradecidos prestaram-lhe justa homenagem. A romaria á Ermida de S.Silvestre perde-se no tempo,mas o fervor da devoção ao Santo avivou-se depois da reconstrução da capela.Para comemorar tal feito,foi celebrada uma grande missa pelos párocos das duas freguesias -Póvoa e Montalvão- com procissão ao longo de toda a azinhada (desde a estrada até á capela) e comprado um Santo novo,desta feita de barro,vestido de branco já que S.Silvestre fora Papa. Entre a Póvoa e Montalvão sempre houve muitas rixas,mas esta questão do S.Silvestre veio reforçar o 'ódio de estimação' entre as duas freguesias.Diz.se que as gentes de Montalvão tinham tanta 'raiva' ás da Póvoa ,por terem sido estes a reconstruir a capela e a comprar um Santo novo,que até insistiram em ter o antigo (de madeira) na sacristia para lhe fazeram as oferendas.Lá diziam eles que 'Santos de barro não fazem milagres'.Por causa destas e outra desavenças entre os dois Povos,é aqui nesta romaria,que começam as famosas brigas de pau e pedra em que as azinheiras,na azinhaga que liga a Capela á estrada,ficavam completamente desfolhadas. Por a Póvoa ser famosa em ter as mais belas raparigas dos arredores,era esta romaria muito visitada.Vestidas com os seus 'fatos de Carnaval',saia encarnada bordada,xailes lindissimos nas costas e com todo o ouro ao peito eram mais um motivo de desavenças entre os rapazes,que ponham todo o fervor numa desgarrada bem cantada e improvisada mas acabando sempre em insultos entre eles e claro numas boas pauladas e pedradas. Era costume nesta romaria levar-se o gado a benzer para este se criar bem,ter boas crias e também oferecer para leilão a melhor rês e bons chouriços,muitos deles feitos de propósito para a ocasião. Dando três voltas a capela,á chegada,e outras tantas a partida em jeito de cumprimento ao Santo,assistia-se a missa,a procissão,as ofertas e leilões e estendia-se a merenda toda a tarde,não faltando na toalha a tradicional freira(bolo de forma redonda com um ovo ao centro e uma cruz da massa do bolo por cima do ovo)
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