Pegões é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Montijo, com 28,09 km² de área, 2 375 habitantes (2011) e uma densidade de 84,5 hab/km²

As suas raízes históricas são escassas. No entanto, por se situar na proximidade da Estrada Real que ligava Lisboa via Aldeia Galega a Badajoz foi beneficiada pela importância que essa ligação tinha nas comunicações, com o Sul do país, tendo assim observado a passagem de vários monarcas e passageiros ilustres. Destes podemos destacar, entre outros, o Duque de Bragança, D. Jaime e o seu filho, D. Teodósio, nas suas viagens entre Vila Viçosa e Lisboa.
Em 1593, o nome de Pegões aparece nos documentos referentes à partida do Cardeal Príncipe Alberto, que deixava o reino em direção a Castela, uma vez que tinha terminado o seu serviço com Vice-Rei. O Cardeal, determinou que no lugar das Vendas de Pegões se concentrassem 170 carros, 100 mulas de aluguer e 110 de carga, além de animais de reserva num total de 700 animais e 400 pessoas.
Em 1728, com os preparativos dos casamentos reais entre D. Maria de Bragança e D. Fernando, Príncipe das Astúrias, e D. José com D. Mariana de Bourbon, o Rei D. João V mandou arranjar a estrada real e ordenou a construção de um palácio em Vendas Novas para se poder alojar condignamente os convidados espanhóis na sua vinda a Lisboa.
Por esta altura, foram construídos quatro fontanários/bebedouros, um dos quais localizado na sede da freguesia. É em estilo barroco com linhas singelas características da arquitetura setecentista, apresenta uma fachada com cerca de dez metros de comprimento, recortada por volutas de enrolamento e o cimafronte acrotério também com volutas. Ostenta uma cruz de secção sextavada. Sob a bica pode-se admirar uma tabela circular cega. Possui uma dupla taça destinada a bebedouro para os animais e corte circular central para aproximação e enchimento de vasilhame na bica.
A Posta e mais tarde Mala Posta tiveram grande influência no aparecimento de pequenas localidades ou vendas nesta zona do município constituída essencialmente por charneca e bastante agreste.
Já neste século, os terrenos foram arroteados para darem lugar a um projeto de colonização interna elaborado entre 1937/38 pelos engenheiros agrónomos Mário Pereira e Henrique de Barros utilizando os terrenos pertencentes à Herdade de Pegões Velhos.
Esta herdade pertencia a José Rovisco Pais, que tentou instalar ali um projeto de colonização baseado no que José Maria dos Santos fez em Rio Frio, de forma a fixar a mão-de-obra assalariada agrícola necessária às grandes explorações da zona. Ao falecer em 1932, doou aos Hospitais Civis de Lisboa a posse da restante área. No entanto, a Junta de Colonização Interna acabou por desenvolver um projeto de fixação de colonos completamente diferente do inaugurado por Rovisco Pais.
A Herdade de Pegões, com cerca de 4700 hectares, foi então dividida em casais agrícolas com a área média de dezoito hectares, dotados de habitação e instalações agrícolas, obras de rega e vias de comunicação. A cada casal eram cedidos onze hectares de sequeiro, quatro de vinha, um de regadio e dois de pinhal, e tinham ainda direito a receberem da parte da Junta de Colonização uma vaca, uma vitela, uma égua, uma carroça com alfaias e um empréstimo de seis mil escudos. Estas facilidades levaram a que, a partir de 1952, cinco anos após o início das obras de transformação da herdade, 207 colonos e respetivas famílias ali se fixassem.
O colonato, cujo projeto arquitetónico é da autoria do arquiteto Eugénio Correia, possuí ainda outras infraestruturas coletivas tais como escolas primárias, centros de convívio e sociais, postos médicos, albufeiras e igreja. Tendo-se constituído mais tarde, em 1958, as instalações da Cooperativa Agrícola.