Formação de uma Gruta:
As grutas formam-se em todos os tipos de rocha, embora com processos de génese diferentes. Ocorrem mais frequentemente em rochas calcárias e as grutas em rochas carbonatadas são as que apresentam maior complexidade.
As grutas podem ser classificadas em primárias e secundárias. As primárias são aquelas que se formam contemporâneamente à rocha e as secundárias, após a sua formação.
Assim, os exemplos de grutas primárias são:
a) Em rochas basálticas- os túneis de lava são cavidades que resultam do escoamento da lava expelida numa erupção vulcânica: a lava que escoa pelas encostas do vulcão tende a consolidar devido ao arrefecimento rápido da sua superfície externa, permanecendo canais no seu interior, por onde a lava continua a escorrer. Quando se dá o fim da actividade vulcânica, esses canais ficam frequentemente ocos, formando-se assim, os túneis.
b) Em recifes de coral - à medida que os recifes de coral se vão formando, podem gerar-se espaços com dimensões suficientes para constituir grutas.
As grutas secundárias resultam de processos de alteração química e mecânica nas rochas. Esses processos ocorrem simultaneamente e dependem sempre da acção da água e da gravidade.
A acção química da água nas rochas resulta num importante processo de alteração. Como consequência, alguns minerais vão ser alterados na sua composição, dando origem a outros. Estas alterações mineralógicas em simultâneo com a acção mecânica da água que passa através das fracturas, falhas, diaclases e porosidade das rochas, vão ajudar a alargar os espaços que já existam e, consequentemente, a aumentar o grau de conectividade entre essas superfícies, gerando espaços cada vez maiores.
Grutas em Calcário
A génese das grutas calcárias baseia-se na acção química da água acidificada, ao longo do seu percurso pela rocha (também chamado de processo de carstificação). Para que a acção química seja mais eficiente, é importante que existam superfícies de escoamento de modo a facilitar a entrada da água e, por conseguinte, aumentar a superfície de contacto entre a água e a rocha.
Essas superfícies são as falhas, fracturas, diaclases e a própria superfície de estratificação.
Grosso modo, pode dizer-se que a acção química da água ácida vai ter como resultado a dissolução da rocha, principalmente ao longo destes planos de escoamento, alargando-os e criando espaços no seio da rocha.
Os Espeleotemas:
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Estalactites
As estalactites formam-se a partir do tecto das cavidades crescendo na vertical e podem ser de dois tipos: as estalactites e as estalactites tubulares.
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Estalagmites
As estalagmites formam-se na dependência das estalactites, resultando da precipitação mineral pela água que atinge o chão. Podem ter várias formas e tamanhos, sendo sempre mais grossas que as estalactites, devido à aspersão da água quando atinge o chão.
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Colunas
As colunas formam-se quando uma estalagmite e uma estalactite se tocam.
(estalactites, estalagmites e colunas respetivamente)
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Escorrimentos
A água, que escorre pelas paredes ou em torno de colunas e estalagmites mais antigos, pode formar toda sorte de figuras. Uma das formas mais comuns são os órgãos, semelhantes a grupos de estalactites coladas nas paredes. Também há cascatas de pedra, escorrimentos de grandes volumes e com formatos variados
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Bandeiras
As bandeiras resultam do escorrimento da água numa superfície inclinada, normalmente um tecto. A água em vez de pingar escorre, contornando as irregularidades, fazendo um percurso algo sinuoso.
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Excêntricas
As excêntricas são formas de concrecionamento muito particulares. São muito finas, crescem em todas as direcções do espaço e a sua génese é controversa.
Consistem na sua maioria em finíssimos tubos de calcite ou aragonite que crescem a partir do tecto, paredes ou do chão, desafiando as leis da gravidade.
Além destes espeleotemas existem muitos mais, tais como, os gours, coralóides, pérolas de gruta, flores, medusas, bolas e mantos, entre outros.
(escorrimentos, bandeiras e excêntricas respetivamente)
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