O acampamento militar romano da Lomba do Canho (Arganil) acha-se implantado sobre uma crista de quartzitos silúricos, fortemente erodida, que constitui a extremidade Sul da Serra de S. Eufémia (DAVEAU et alil, 1986, pp. 133-7 e 386-7). Situa-se a cerca de 2 km a NE da vila de Arganil, coordenadas 207.1/ 363.5 GAUSS, na folha 232 de Carta Militar de Portugal 1:25 000. Encaixado num meandro do rio Alva, que parcialmente o rodeia, o local apresenta-se como uma plataforma relativamente plana de orientação NW-SW, dispondo de excelente visibilidade e apresentando uma posição francamente dominadora sobre a zona envolvente, constituída pelas baixas aluvionares do Alva e da ribeira de Folques.
As características topográficas do sítio favorecem a implantação humana, por possuir uma ampla plataforma aplanada, com boas condições naturais de defesa, em posição pouco elevada
(216.87 m de cota máxima), fornecendo o subsolo quartzítico abundante matéria-prima para as construções. Tais vantagens terão constituído, certamente, os principais motivos da eleição do local
para a instalação do contingente militar romano.
Foi identificado como sítio de interesse arqueológico pelo primeiro signatário, nos meados da década de 50, na sequência das prospeções que há vários anos vinha realizando na região (v. "A
Comarca de Arganil”, n. 4592, de 15/12/1956). Era, então, utilizado como canteira de extração de pedra há, pelo menos, três décadas e somente a ação desenvolvida no sentido de classificar a área - consumada pelo Decreto n. 42255, de 8/4/1959 - permitiu pôr cobro à sua destruição. Desde os finais da década de 50 aos inícios da década de 80, tem sido o local objeto de escavações, quase sempre realizadas com grande míngua de meios e de forma descontínua, o que tem, naturalmente, prejudicada qualquer tentativa de compreensão global do sítio, dificuldades a que não são igualmente estranhas, pelo contrário, as significativas destruições produzidas pela actividade das pedreiras»
Um dos escassos acampamentos militares romanos arqueologicamente explorados em Portugal, a Lomba do Canho é um sítio sobranceiro ao rio Alva, dominando, por isso, uma larga área envolvente. O sector até agora identificado forma um retângulo de aproximadamente 400 por 150 metros, no interior do qual se desenvolve um projeto urbanístico nitidamente romano, marcado pela ortogonalidade das suas vias. As construções adaptam-se a esse conceito e a investigação revelou ainda um complexo arquitetónico de grande interesse, de planta quadrangular com cerca de 25 metros de lado, dotado de vários compartimentos, um pátio interior e um sistema de drenagens de água. Seria aqui provavelmente o quartel-general do acampamento, semelhante a outros conjuntos já identificados nas províncias romanas da Germânia e da Britânia (FABIÃO, 1993: 190).
Apesar das privilegiadas condições de defesa, o circuito dispôs de uma pequena muralha no lado Sul, que seria provavelmente articulada com outros dispositivos, mas de que ainda pouco se conhece.
Como qualquer local que albergaria uma grande quantidade de efetivos humanos, o acampamento requeria a existência de numerosos espaços de apoio. É nesse sentido que se interpretam alguns compartimentos dedicados à higiene comum e à preparação de alimentos, assim como armazéns, paióis e casernas, estas últimas dotadas de lareiras que serviriam «simultaneamente, como estrutura de aquecimento e de preparação de alimentos» (IDEM: 190-191).
Durante algum tempo, pensou-se que a Lomba do Canho tivesse albergado um povoado indígena, de características proto-históricas, mas quer as estruturas identificadas, quer o espólio resgatado pelas escavações invalidam essa suposição (IDEM: 190). Naturalmente, os artefactos militares são os mais abundantes e significativos, no que constitui um dos maiores conjuntos deste tipo encontrados no mundo romano. Para além disso, subsistem numerosos elementos do quotidiano, como lucernas, cerâmicas diversas e ânforas, algumas de fabrico local.
Pelos dados até agora conhecidos, o acampamento militar teve curta vida, sendo ocupado apenas entre o segundo e o terceiro quartéis do século I a. C. Concebido para proteção e controle das matérias-primas exploradas na região, ao que tudo indica, o abandono do local foi «precipitado e violento», situação ainda não totalmente esclarecida, mas que poderá relacionar-se com as movimentações internas no seio do Império, em concreto a guerra civil em Roma.
AS MOEDAS DO ACAMPAMENTO ROMANO DA LOMBA DO CANHO (ARGANIL)
As numismas agora publicadas fazem parte do espólio recolhido entre as campanhas de 1961 e 1982 na estação arqueológica da Lomba do Canho, cujos trabalhos de escavação têm estado a cargo do Prof. Doutor João de Castro Nunes, a quem desde já agradecemos o incentivo, bem como toda a colaboração prestada.
O presente conjunto monetário, que se encontra no Museu Regional de Arqueologia, instalado em Arganil, é composto por 30 exemplares dos quais 17 foram cunhados em Roma, 1 no norte de Itália (T) e 5 em várias cecas hispânicas. O estado de conservação das restantes moedas não nos permite localizar a sua origem.
Há que salientar pela sua raridade em toda a área ocidental da Península, o conjunto de asses republicanos que cremos ser o mais significativo em estações arqueológicas do nosso país.
O âmbito cronológico exclusivamente republicano em que se processou o estabelecimento e o abandono do acampamento militar, âmbito que os achados numismáticos ajudaram a determinar, confere à Lomba do Canho um lugar de primeira importância no contexto da implantação militar romana na Lusitânia (2).
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